O Mini-Simpósio Internacional prometeu revolucionar tratamentos de Doenças Crônicas
O Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD) sediou, na última segunda-feira (02), o Mini-Simpósio Internacional “Esteroides Cardiotônicos Endógenos na Fisiopatologia da Hipertensão Arterial Sistêmica Essencial e da Doença Renal Policística: Novas Descobertas”. Em resumo, o evento contou com a presença de renomados pesquisadores internacionais que estão à frente de estudos revolucionários sobre a molécula Ouabaína. A molécula é um esteroide cardiotônico endógeno, que desempenha papel crucial como sinalizador celular, interferindo na proliferação de células, incluindo as células tubulares renais.
“Essa manha é uma manhã bastante representativa na cidade de Divinópolis e no CSSJD devido a importância desse seminário. É com muito orgulho saber que o CSSJD é pioneiro na região centro-oeste para a saúde e o ensino.” destacou Amarildo Souza, diretor administrativo do CSSJD
O evento contou com a presença de vários profissionais da saúde e reuniu especialistas de renome mundial. Nomes como Dr. Gustavo Blanco, o Dr. John Hamlyn, Leandro Barbosa e Vanessa Cortez estiveram presentes. Estes cientistas estão liderando pesquisas que prometem transformar a abordagem do tratamento de doenças como hipertensão arterial sistêmica essencial e doença renal policística. Além de trazerem à tona o potencial terapêutico envolvendo a atividade da Ouabaína.
Criação do Evento
Conforme as informações, a realização do mini-simpósio surgiu devido à participação da Dra. Jussara Soares Fontes, que é Médica Nefrologista do CSSJD, no encontro de responsáveis por estudos da molécula. A Doutora conta que a oportunidade de colaborar com pesquisadores internacionais surgiu quando um grupo de estudos foi estabelecido após um professor da Universidade Federal São João de del-Rei (UFSJ), iniciar seu trabalho de PhD com o Dr. Gustavo Blanco, no Kansas. Esse intercâmbio acadêmico possibilitou a participação de alunos de pós-graduação da UFSJ no laboratório do Dr. Blanco, contribuindo para a formação de um grupo de pesquisa no Brasil e ministrando aulas na pós-graduação. Durante seu mestrado, em 2016, Dra. Jussara teve a chance de cursar uma disciplina com o Dr. Blanco, o que facilitou seu contato com a enfermeira Dra. Vanessa Cortez, uma das coordenadoras dos trabalhos.
“Doutor Gustavo Blanco e doutor John Hamlyn são dois grandes pesquisadores dos Estados Unidos que estão aqui por ocasião de um evento da universidade junto com alunos da pós-graduação, dando aulas para a gente na pós-graduação. Eu vi a oportunidade de trazer o estudo deles porque é um estudo que prediz evoluções para tratamento de várias doenças, inclusive de doenças renais. Então eu quis mostrar tanto para eles o potencial de ter um campus de saúde importante, que pode ser utilizado nas suas pesquisas, quanto para mostrar também para o corpo clínico. A proximidade que temos de profissionais pesquisadores de excelência e em que podemos nos unir. Unir forças. para trabalhar para o futuro do nosso paciente.” destacou Dra. Jussara.
Molécula Ouabaína: Descobertas Recentes e Pesquisa
A Ouabaína é um esteroide cardiotônico endógeno que tem atraído significativa atenção científica devido às suas múltiplas funções e potencial impacto terapêutico. Originária do grupo dos cardiotônicos endógenos, a Ouabaína atua principalmente como um sinalizador celular e está envolvida na regulação de diversos processos fisiológicos e patológicos.
Estudos experimentais realizados com camundongos portadores de doença renal policística dominante revelaram que a Ouabaína desempenha um papel crucial na proliferação de células tubulares renais. Os trabalhos mostraram que inibidores da Ouabaína foram eficazes em reduzir e até extinguir a formação de cistos nos rins desses camundongos. Portanto, esses resultados iniciais indicam que a Ouabaína poderia ser uma chave para novos tratamentos para condições renais. Além de motivar a necessidade de expandir a pesquisa para seres humanos.
Conforme as informações, a investigação sobre a Ouabaína não se limita à sua função na doença renal. Esta molécula também está sendo estudada por seu impacto em uma variedade de condições, incluindo doenças neurológicas e proliferativas oncológicas. A Ouabaína, como um sinalizador celular, influencia a proliferação de várias células. Além disso, tem mostrado potencial para oferecer novos insights e abordagens terapêuticas para uma série de patologias.
Vanessa Cortez aproveitou o momento para agradecer aos pesquisadores pela parceria e estudos relacionados a Ouabaína. “Queria agradecer ao Dr. John Hamlyn, principalmente hoje, que a gente está falando muito das Ouabaínas endógenas, porque ele foi a pessoa que descobriu que a gente produz Ouabaínas endógenas. E essa descoberta dele possibilitou o avanço em muitas pesquisas relacionadas à doença renal, eclampsia, hipertensão, infertilidade, câncer, e tantas outras descobertas que foram feitas a partir da persistência dele em provar para todo mundo que a Ouabaínas endógenas existe”, destacou a enfermeira.