Poliany Mota
“Queremos muito o SIM Saúde! Mas, também queremos um Sim educação e um Sim Transporte, que funcionem”, protestou a moradora do bairro São João de Deus I, Alair Fonseca Souza, durante uma manifestação de moradores dos bairros Grajaú, Nova Suíça e São Simão, na porta da prefeitura, em busca de soluções para os problemas de infraestrutura nas localidades, nesta quinta -feira (24).
Nem mesmo a chuva desanimou os moradores, que se reuniram no início da tarde na Praça da Catedral e seguiram a pé até a prefeitura. Muitos usaram o microfone para reivindicar atenção para os bairros. Nos cartazes eles colocaram imagens de buracos na rua de terra e frases sobre os problemas enfrentados.
Uma das principais reclamações é sobre a dificuldade de usar o transporte público no bairro São Simão, por causa da falta de infraestrutura nas ruas, especialmente em relação às crianças, que, segundo eles, têm que fazer uma longa caminhada para chegarem às escolas no período chuvoso.
“Quando chove o ônibus nem sobe, os alunos que estudam no bairro Primavera têm que ir a pé, em meio à lama. Já no calor o problema é a poeira, sem contar a quantidade de buraco na rua principal. Faz 20 anos que moro aqui, há 20 anos ouço a promessa de asfalto, mas nunca vimos a obra começar”, contou a moradora Janeci Ramos Rosa, de 45 anos.
Além de representantes comunitários, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Divinópolis (Sindeess); Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram); e Sindicato dos Trabalhadores da Educação Municipal do Município de Divinópolis (Sintemmd), convidado pelo presidente do bairro Grajaú, aderiram às manifestações em apoio aos cidadãos.
“Nós percebemos que tem um problema sério em relação à infraeestrutura para chegar até o local onde as crianças estudam. Recebemos denúncias de que quando chove, como no dia de hoje, tem aluno que desce no bairro Del Rey e caminha por uma estrada deserta no meio de um matagal, para chegar até a primeira escola, que é no João Gontijo, no bairro Primavera, ou a Escola Sidney José, no bairro Candidés”, explicou a diretora do Sintemmd, Maria Aparecida de Oliveira.
Os moradores também levantaram a questão sobre uma verba do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) destinada à realização de obras de saneamento básico e asfaltamento na região, dentre outras, que, segundo eles nunca foi utilizada. “Eles questionam o porquê de nunca ter saído o asfaltamento, já que é uma questão de urgência, até para o progresso da região, em relação à habitação e educação”, contou a diretora do Sintemmd.
Reunião com o Prefeito
Assim que chegaram à prefeitura, os representantes comunitários se reuniram com o prefeito Vladimir Azevedo, seu vice Rodrigo Costa, o assessor da Usina de Projetos, representantes da Secretaria Municipal de Saúde, uma equipe do Parque Habitação e os vereadores Marquinho Clementino (PROS) Edmar Máximo (PHS) e Eduardo Print Junior (Solidariedade).
Durante o encontro o prefeito destacou que as obras de pavimentações estavam previstas em contrato, mas que houve problemas na licitação executada no mandato anterior ao dele. Ainda segundo Azevedo, diante dos gargalos eles optaram em cancelar a licitação anterior e realizar um novo processo. O tucano ainda destacou que a reprogramação já está sendo analisada pelo vice-prefeito junto a Caixa Econômica Federal (CEF).
“Já alinhamos todas essas informações com os moradores e lideranças, a gente entente a indignação dessas pessoas e estamos trabalhando para contemporizar, para resolver, o mais rápido possível termos essas obras, mas tem problemas que estão acima da nossa vontade de começar as obras amanhã”, disse o prefeito.