Diego Henrique
Acionar a Polícia Militar (PM) para o registro de ocorrências em Santo Antônio dos Campos (Ermida), em Divinópolis, se tornou uma tarefa difícil. Na semana passada, moradores esperaram por cerca de duas horas para que uma ocorrência fosse registrada. De acordo com um morador que preferiu não se identificar, a polícia foi acionada às 22h30, porém a viatura só chegou ao local por volta de 00h30.
“O rapaz estava enfurecido quebrando muros e atirando pedras nas casas. Nós chamamos a polícia, como eles demoraram a chegar o rapaz sumiu. A nossa maior preocupação era em relação à segurança dele e de terceiros”, disse.
De acordo com testemunhas, o jovem de 19 anos havia sido levado para a delegacia em Divinópolis horas antes, mas ao ser liberado, ele voltou e invadiu a casa de um casal.
“Quando ligamos para o 190, a atendente pediu para que entrássemos em contato com a polícia de Ermida, só que o policiamento daqui não funciona à noite,” afirmou.
A sensação de insegurança é o assunto mais discutido entre os comerciantes do distrito. Essa não seria a primeira vez em que policiais de Divinópolis, que fica a 7 km de Ermida, precisaram se deslocar para atender ocorrências. Moradores afirmam que durante a noite o bairro fica desprotegido pela falta de efetivo militar.
No ano passado foi implantado no bairro, a rede de “Vizinhos Protegidos”, onde os integrantes receberam um apito e em casos de urgência ele é usado, a polícia é acionada e da apoio a ocorrência. Mas, com a falta de efetivo o sistema fica prejudicado.
De acordo com o Capitão Ricardo Carvalho, em determinados dias da semana os policiais não ficam no subdestacamento de Santo Antônio dos Campos devido o número reduzido de militares que trabalham no bairro. O capitão afirmou que o caso será analisado e o horário de patrulhamento deverá ser modificado.
“Foi constatado que o período em que o distrito mais precisa de policiais é durante o dia, por isso os militares não ficam em Ermida durante algumas noites da semana, mas como a demanda vem crescendo nós vamos tentar corrigir a situação. Vamos colocar um policiamento até mais tarde para que a população possa ser atendida,” afirmou.
Outra reclamação dos moradores é em relação à comunicação. A PM de Ermida usa um aparelho celular e o solicitante não consegue contato com a guarnição, sendo necessário o deslocamento de militares de Divinópolis.
“Normalmente o telefone não é atendido devido a cobertura do sinal de telefonia móvel ou porque os policiais estão atendendo outra ocorrência, mas iremos aprimorar o atendimento a população,” disse.