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Diego Henrique

Descalços, com fome, encolhidos nos cantos das ruas com seus cobertores na tentativa de espantar o frio que assola as madrugadas de Divinópolis. Muita das vezes pedindo ajuda para manter o seu vício, ou até mesmo para comprar um alimento. Essa é a vida de muitos moradores de rua que se arriscam sujeitos ao tempo, correndo de um lado para o outro, na luta diária pela sobrevivência.

Nos últimos dias, internautas registraram o aumento no número de moradores de rua que escolheram a região central do município para “morar”. Com colchões, caixas de papelão e cobertores eles se instalam nos principais pontos da cidade. Um deles é o quarteirão fechado da rua São Paulo, em frente a Câmara Municipal. A praça do Santuário e da Catedral também transformam-se em abrigos durante a noite e até em parte do dia.

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Para evitar que o cidadão contribua para a permanência de pessoas na rua, a Associação Comunitária para Assuntos de Segurança Pública (ACASP) lançou uma campanha que alerta sobre a doação de esmola.

De acordo com o presidente, José Levi, quando o cidadão doa uma esmola, ele esta contribuindo para que a pessoa permaneça morando na rua sem a mínima condição para viver.

“Quanto mais alimentamos a esmola, mais eles permanecem na rua. Hoje o município conta com uma estrutura que atende essas pessoas envolvidas com álcool e drogas. Existem também casas que recebem essas pessoas para tratamento quando eles querem, porém o trabalho é feito quando o irmão de rua deseja mudar de vida. Como a população ajuda, na maioria das vezes os irmãos não querem ir para essas casas de recuperação,” explicou o presidente.

Casa de Acolhimento 

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O município conta hoje com a Casa de Acolhimento que é gerenciada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semds) e é destinada para pessoas em situação de rua. São 25 vagas com equipe técnica composta por uma coordenadora, um assistente social, um psicólogo, um auxiliar de serviços gerais, um porteiro e 10 monitores.

Segundo o secretário municipal de desenvolvimento social, Paulo dos Prazeres, “o espaço oferece acolhimento, convivência, alimentação, pouso, guarda de pertences e articulação intersetorial com a sociedade e outros serviços públicos, visando à promoção e a integração social dos mesmos”,

O espaço realiza dois tipos de serviços específicos, o serviço do migrante e o serviço de abordagem. O serviço do migrante oferta retorno de pessoas desprotegidas socialmente e em trânsito por Divinópolis as suas cidades de origem. O serviço de abordagem é responsável pela localização, contato, vínculo e encaminhamento da população em situação de rua para a casa de acolhimento e outros serviços que possam recebê-los, inclusive os de saúde, quando possuem algum agravo.

Somente nesse ano, já foram abordadas 125 pessoas, dessas, 20 retornaram para a rua.