Pedro Henrique Jonas
“Por que eu tenho que fechar a minha torneira se eu pago pelo serviço de água todo mês?” Foi com essa pergunta que a Dirigente Sindical de Divinópolis, Cida Silva indagou sobre a situação do abastecimento e consumo de água na cidade e também na região.
A pergunta pode parecer um pouco ignorante, mas pode ter um fundamento, quando considerada a análise feita por ela.
“Empresas de grande porte não fazem economia e ainda poluem os rios responsáveis pelo abastecimento e não são vistas fazendo economia, e os moradores são mal atendidos e os que mais são cobrados”.
Em Divinópolis, moradores de vários bairros fazem constantes reclamações sobre o abastecimento e a condição da água. Alguns reclamam pela falta da qualidade e outros relatam até mesmo o desabastecimento. Ao longo deste mês, houve casos, segundo moradores, de falta d’água por pelo menos sete dias alternados.
A Copasa, responsável pelo tratamento e abastecimento da cidade, nega que exista racionamento em Divinópolis, e afirma que os períodos em que falta água em determinados bairros da cidade, é devido às manutenções de rotina nas redes de distribuição feitas, especialmente, na última semana.
Desabastecimento
A moradora do bairro Dona Rosa, Denísia Aparecida da Silva, falou que nos meados do fim de setembro, início de outubro faltou água em determinados dias em sua casa.
“Na minha casa já cheguei a abrir a torneira da rua e não ter água, principalmente no final de setembro e começo de outubro. Faltava algumas horas e voltava a noite, não era todo dia, mas aconteceu pelo menos umas sete vezes.”
“Populares de diferentes bairros da cidade, como Grajaú, São Simão, Padre Eustáquio, São Lucas e Jardinópolis reclamaram diversas vezes sobre a precariedade do abastecimento de água, e até mesmo falta dela, o que fez com que nós sentíssemos na obrigação de procurar uma solução para esses problemas”, completa Cida Silva.
A proposta dada por ela, junto ao Conselho de Saúde da Região Sudoeste, Prefeitura e Diocese de Divinópolis e representantes da Copasa, foi a organização de uma reunião para dar uma direção no que fazer durante a escassez de água. Sensibilizar e conscientizar a população, fazer uma campanha para reverter a causa da falta de água e uma proposta ambiental como limpeza do Rio Itapecerica.
Riscos são descartados
Sobre o desabastecimento a Copasa ainda alegou que o nível do Rio Itapecerica, embora baixo, não está atrapalhando no abastecimento de água para a população, e o volume de água que é capitado é compatível com a demanda, mesmo durante o calor e a estiagem. A companhia ainda descartou os riscos para a falta de água, já que as previsões para chuva podem se confirmar em um próximo período.