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Foto: Divulgação/Prefeitura de Divinópolis

Sindicato cobra reajuste para R$ 4.000 e alerta que, sem proposta na próxima reunião, estado de greve será declarado

O transporte coletivo de Divinópolis corre sério risco de paralisação nos próximos dias. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Divinópolis (Sintrodiv), Erivaldo Adami, afirmou que, diante do impasse entre prefeitura, empresas e trabalhadores, a greve dos motoristas de ônibus pode se tornar inevitável em Divinópolis.

“Se permanecer esse impasse que está entre prefeitura, empresa e a representação do sindicato dos trabalhadores, com certeza vai ser impossível segurar. Uma paralisação do transporte”, declarou.

Atualmente, os motoristas enfrentam grande desvalorização e, como consequência, o setor sofre com um déficit de 30% de profissionais, tanto no transporte coletivo quanto no de cargas. Segundo Adami, o baixo salário afastou muitos trabalhadores da função.

Reivindicação dos motoristas para evitar greve em Divinópolis

“A reivindicação hoje é um piso de R$ 4.000. Hoje, o piso do motorista está em R$ 2.550, mais vale-alimentação e plano de saúde. E ele tem uma dupla função, né? Além de ser motorista, tem que ser cobrador”, explicou.

Diante desse cenário, a terceira rodada de negociações acontecerá na próxima segunda-feira (19/2). Caso nenhuma proposta concreta surja, o sindicato tomará medidas mais drásticas.

“Se não tiver uma proposta que possa levar para a assembleia, para os trabalhadores aprovarem, eu vou comunicar o estado de greve. E aí, após 72 horas da segunda-feira, se a gente fizer a comunicação aos órgãos oficiais, pode ser decretada uma greve a qualquer momento”, destacou.

O consórcio responsável pelo transporte público ainda não apresentou nenhuma proposta e, além disso, não garantiu a data-base, prevista para 1º de março.

“A semana que vem já tá passando no meio do mês de fevereiro e a gente não tem mais tempo. Esse mês é muito curto, temos menos de 28 dias. A gente tem que tomar uma decisão mais rápido”, afirmou Adami.

Dessa forma, se a greve se concretizar, milhares de passageiros poderão ficar sem transporte. Agora, o sindicato aguarda uma resposta das empresas e da prefeitura para definir os próximos passos.

Prefeitura de Divinópolis

Em nota a Prefeitura Municipal de Divinópolis informou que acompanha de perto as negociações coletivas do transporte público urbano de Divinópolis para o ano de 2025. No entanto, destacou que essa é uma relação contratual entre o consórcio Transoeste e os trabalhadores.

Segundo a prefeitura, o Decreto nº 16.466/25 garantiu um aporte de R$ 620.000,00, que será pago em parcela única no mês de março.

O objetivo do repasse é viabilizar o reajuste salarial dos motoristas e demais colaboradores da concessionária, conforme o índice previsto.

Além disso, os trabalhadores reivindicam um aumento salarial para R$ 4.000,00, o que representa um reajuste de aproximadamente 56,86%.

Apesar da diferença entre a proposta do sindicato e o valor previsto pela prefeitura, o governo municipal, no entanto, reforçou que, ainda assim, mantém o diálogo aberto com todas as partes envolvidas.

“A Prefeitura reforça a importância de um consenso que garanta tanto a valorização dos trabalhadores quanto a sustentabilidade do serviço de transporte coletivo na cidade. Seguimos acompanhando o andamento das tratativas e reforçamos nosso compromisso em buscar soluções equilibradas para a manutenção da qualidade do serviço e a modicidade tarifária para os usuários”, informou em nota.