“A pessoa especial para receber o BPC, além de ter a deficiência, ela tem que ser miserável no termo econômico”, afirma presidente da Céu Azul

Um ato em prol de melhores condições na qualidade de vida de pessoas com deficiência será realizado em Divinópolis, no dia 16 de fevereiro, pelo movimento “Eu Empurro Essa Causa”. Na cidade, ele deve ocorrer na Rua São Paulo, em frente a Câmara Municipal, no centro, entre 09h às 12h.

“Ele [movimento] é a nível nacional. Instituições como Céu Azul, Adefom, APAE, Raio de Sol, Silvana Avelar, Surdos Mudos e outras, todas irão ajudar este evento”, contou ao PORTAL, o líder da manifestação, em Divinópolis, Amilton Berigo.

Reivindicações

Os membros do “Eu Empurro Essa Causa” pedem três mudanças, envolvendo o BPC/Loas, que é um benefício assistencial direcionado à deficientes e também à idosos, sendo estas:

  1. Beneficiar toda pessoa com deficiência, independente do grau intenso (desde que impeça de trabalhar), e modificar o valor da renda exigida de 1/4 do salário mínimo por pessoa, para três salários mínimos por família e se comprovado os gastos maiores que esse valor exigido, a pessoa possa ser beneficiada da mesma forma;
  2. Análise especial para casos de doenças raras, onde a renda ultrapasse três salários mínimos, devido a gastos extras;
  3. Em casos de mais de uma pessoa com deficiência em mesmo núcleo familiar, será analisada a concessão de um segundo benefício ou valor de renda complementar proporcional para o custeio de gastos que o Estado tem o dever de tutelá-la, como tratamentos, medicamentos e equipamentos.

Entidades

Skarlait Neves Canto, presidente da Céu Azul, disse que ficou sabendo da causa através de divulgação nas redes sociais, conhecendo os organizadores. A ONG não luta somente pelo autismo, mas também por toda pessoa especial.

“Iremos fazer os convites às autoridades e participar com o maior número de pessoas possível, mas o nosso foco principal e a intenção será colher assinaturas”, explicou ao PORTAL.

Ela também descreveu as dificuldades vividas por um deficiente em relação ao BPC.

“A pessoa especial, em um vocabulário bem claro, para receber o BPC, além de ter a deficiência, ela tem que ser miserável no termo econômico. Ela tem que mendigar o que é digno de alimentação, então o que o governo hoje e a lei falam sobre o benefício, que é 1/4 do salário mínimo, isso já traz uma vulnerabilidade social, ou seja, o indivíduo além de ter uma dificuldade na rotina, tem também que passar por isso até na sobrevivência”, disse.

Skarlait relatou que, além das mudanças, eles também querem dignidade para uma melhor qualidade de vida para os deficientes

“Faremos um lindo movimento, que é a expressão do amor pela causa, recolhendo assinaturas do público presente, com blusas, banners informativos, para que a cada dia, as pessoas venham conhecer um pouco mais do nosso universo, que é um caminho, em muitas das vezes difícil, diversificado, com os desafios, mas que nos traz o muito gozo físico, espiritual, físico e emocional”, finalizou.