Três vereadores, dois secretários municipais e dois servidores de Formiga deverão ser afastados dos cargos suspeitos de crimes contra a administração pública. As ordens de afastamento foram entregues nesta terça-feira (29) durante a operação Capitanias Hereditárias deflagrada pelo Ministério Público.
Durante a operação foram recolhidas provas de infrações praticados contra a administração pública, incluindo fraudes em licitações, desvios de recursos públicos na Prefeitura Municipal, Câmara Municipal, Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e Secretaria de Gestão Ambiental.
Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão, além de ordens de afastamento dos vereadores Josino Bernardes de Castro; Rosemeire Ribeiro Mendonça, conhecida como Meirinha; José Aparecido Monteiro, chamado de Zezinho Gaiola; além do chefe de gabinete interino, José Terra de Oliveira Júnior; do secretário de planejamento e regulação urbana, Rafael Alves Tomé; do ouvidor Erasmo Espíndola; e do chefe de licitações, Willian Antunes Vieira Junior.
Participaram da operação cinco promotores de Justiça, 27 servidores do MPMG, três servidores do Ministério Público de Contas, um delegado de Polícia Civil, seis policiais civis e 40 policiais militares.
A investigação foi iniciada a partir de representação junto à Promotoria de Justiça de Formiga, fundamentada em diversos documentos e depoimentos. Foi instaurado Procedimento Investigatório Criminal para apurar diversas ilegalidades, especialmente em relação a superfaturamentos em licitações, procedimentos denominados “fura-fila” para Tratamento Fora de Domicílio; beneficiamento de obras públicas, especialmente nas zonas rurais; doação irregular de bens públicos e peculato.
Foram apreendidos documentos, cheques, aparelhos celulares, computadores e dinheiro, totalizando 83 sacos lacrados.
Prefeitura e Câmara
Em contato com a prefeitura, a Assessoria de Comunicação informou que o município está colaborando com todas as investigações e que tem interesse que tudo seja apurado o mais rápido possível e que tudo o que for determinado será acatado prontamente.
Afirmou ainda que o “prefeito Moacir Ribeiro desconhece qualquer ilicitude praticada pelos servidores citados, acionou a Procuradoria Municipal para acompanhar o caso e aguarda o resultado das investigações para, se comprovado algum ilícito, tomar todas as providências cabíveis”.
A reportagem do PORTAL tentou contato com a Câmara, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.