O Ministério Público e representantes da interventora do Hospital São João de Deus, DICTUM, trataram como infundadas as acusações feitas pelo corpo clínico da unidade, na semana passada. Os médicos chegaram a encaminhar um ofício para a promotoria relatando o descontentamento e alegando possíveis irregularidades. O documento motivou a reunião desta quarta-feira (29).
Foram mais de cinco horas de discussões no próprio hospital com as portas fechadas. Todos os funcionários foram orientados a não interromperem. Alguns profissionais, que preferiram não ser identificados, e participaram da reunião, confirmaram que o debate foi caloroso. Mas, por fim, todos deixaram a sala em “clima de harmonia” e negando qualquer ilegalidade.
O promotor Sérgio Gildin disse que a relação entre o corpo clínico e os interventores foi nivelada.
“Prestamos alguns esclarecimentos que se faziam necessários e ao mesmo tempo debelar aquilo que se confundia com informação travestida e infundada. Nós pontuamos no início e ao mesmo tempo cumprimos com esta advertência, que as coisas devem ser tratadas dentro de um critério ético, dentro de um critério profissional adequado”, afirmou.
Sobre as acusações do corpo clínico o Promotor afirmou não ter fundamento e ainda tranquilizou a população quanto a situação do Hospital São João de Deus.
“Das denúncias mesmo que poderiam ter esta classificação, nós (Ministério Público) mostramos que não existe procedência nenhuma e são absolutamente infundadas. A população pode ficar tranquila, o hospital está nos trilhos e caminhando muito melhor do que há cento e poucos dias atrás. É outra realidade”, finaliza.
Aprimoramento
O diretor da DICTUM, Áriston de Oliveira Silva também participou e disse que a partir de agora a relação e comunicação entre as partes será aprimorada.
“A reunião foi um momento de esclarecimento das dúvidas, dos medos e dos anseios com a equipe médica do HSJD. A reunião foi mais um fórum positivo, onde todos os médicos e o DICTUM colocaram suas preocupações. A Fundação está no caminho certo e a partir de então vamos melhorar a comunicação entre as partes” esclarece.
Apesar do tom amenizador, ninguém do corpo clínico quis conceder entrevista e nem comentar a situação.
Na carta-denúncia encaminhada ao Ministério Público, na semana passada, eles questionaram medidas adotadas pelo interventor, atrasos no pagamento de funcionários, falta de medicamentos, transferência de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) para Formiga, demissões, além da conduta do assessor da DICTUM, o médico Geraldo Couto.
Participação
Intermediada pelos Promotores, Alessandro Garcia, Gilmar de Assis, Sérgio Gildin e Ubiratan Domingues, a reunião contou também com a participação do Secretário Municipal de Saúde, David Maia, do Diretor do DICTUM, Áriston de Oliveira Silva e do Subsecretário de Políticas e Ações de Saúde, Maurício Botelho.