Déficit mensal é de R$ 1,2 milhão (Foto: Divulgação)

Representantes da Ordem Hospitaleira do Hospital São João de Deus irão se reunir na próxima quarta-feira (08) com o promotor Sérgio Gildin. O encontro deverá ser para avaliarem os resultados obtidos nos últimos dois anos pela Dictum – empresa que administra a unidade – e definir se ela continuará à frente da gestão.

A Dictum completa dois anos, agora em setembro, na administração do São João Deus. A empresa foi contratada após a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pela promotoria. Ao longo deste período, o déficit anual reduziu cerca de 66%. Passou de R$ 24 milhões para R$ 8 milhões.

Ela também conseguiu o reparcelamento da dívida com a Caixa Econômica Federal (CEF), reduzindo as parcelas de R$ 870 mil para R$ 635 mil e ganhando carência de seis meses para começar a pagar. O parcelamento foi em 120 vezes com juros de 1,3% ao mês.

Agora, o foco está na assistência. A empresa, o MP, e a Secretaria Municipal de Saúde estão negociando a ampliação dos procedimentos do SUS. Inicialmente é proposto a reabertura de 20 leitos do CTI, implantação da Sala Vermelha, e ampliação dos atendimentos de ortopedia, hemodinâmica e cardiologia.

O Estado está analisando a proposta. Caso aceitei, isso renderá, incialmente, cerca de R$ 450 mil a mais, todos os meses, na conta do hospital. Os procedimentos pulariam dos atuais 600 para 900. A longo prazo o valor pode chegar a R$ 2 milhões com cerca de 1,3 mil atendimentos por mês.

No início desta semana, o diretor da Dictum, Ariston Silva, preferiu não comentar sobre o assunto. Ao ser questionamento durante coletiva de imprensa se irão permanecer no hospital, ele disse que essa decisão cabe à Ordem Hospitaleira e ao Ministério Público.

Protesto

Funcionários acompanharam a manifestação (Foto: Reprodução Facebook)

Funcionários acompanharam a manifestação (Foto: Reprodução Facebook)

Nesta sexta-feira (03) pela manhã o Sindicato Profissional dos Enfermeiros e Empregados em Hospitais, Casas de Saúde, Duchistas e Massagistas de Divinópolis (Sindeess) realizou um “velório” simbólico da Dictum, na porta do hospital. A crítica é contra o modelo administrativo e também faz parte da campanha salarial.

O sindicato quer 10% de ganho real, mais 8,42% da inflação, e aumento do vale alimentação de R$ 130 para R$ 250. Entretanto, a contraproposta do hospital foi de conceder apenas a correção inflacionária e R$ 10 a mais no vale alimentação. A proposta foi rejeita em assembleia pelos funcionários.

“O trabalhador está enfurecido com essa situação, momento de crise, inflação lá em cima, e eles querem colocar só R$ 10 a mais no vale alimentação”, afirmou a presidente do Sindeess, Denísia Silva.

“Nenhum funcionário quer a Dictum mais aqui mesmo ela tendo o apoio do poder público. Eles demitem funcionários, contratam outros com salários inferiores e estão afundando o hospital”, completou.

Sobre a campanha salarial, Ariston disse na coletiva de quarta-feira (01), que a superintendência está aberta a negociações desde que sejam dentro do bom senso.