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Denúncias apontam que nomes em lista de vacinados não integram setor; Promotoria pede esclarecimento à Prefeitura
A 7ª promotoria de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou nesta sexta-feira (13) ao PORTAL GERAIS que instaurou um procedimento para apurar indícios de fraudes na vacinação contra a Covid-19 para o grupo prioritário dos aeroportuários em Divinópolis. A decisão foi tomada após o surgimento de relatos de que alguns nomes na lista de vacinados não seriam de profissionais da aviação.
“Foram solicitados ao Município esclarecimentos preliminares sobre a questão. Esses esclarecimentos serão analisados e, após, serão tomadas as providências cabíveis”, informa o MP.
De acordo com o Ministério da Saúde, o grupo prioritário da aviação inclui funcionários de aeroportos, companhias aéreas e empresas prestadoras de serviços. Começou em todo o país no dia 25 de maio de 2021 e já vacinou cerca de 200 mil pessoas.
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Um dos primeiros aeroportuários vacinados no Brasil recebe a dose do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (Foto: MS/Divulgação)
Em Divinópolis, as doses destinadas aos aeroportuários foram aplicadas no aeroporto Brigadeiro Cabral, que há anos não recebe voos comerciais, por equipes de saúde do Município. Quem recebe a vacina tem que preencher com nome completo, CPF e a empresa ou entidade em que trabalha e pela qual conseguiu acesso à vacinação prioritária.
O MPMG confirma o recebimento de relatos que apontam eventuais burlas no grupo prioritário, com aplicações de vacinas a pessoas que, segundo as denúncias, não trabalham no setor.
Infraero explica regras
Procurada pelo PORTAL GERAIS, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que administra o aeroporto, não quis comentar os indícios de fraudes na vacinação do grupo prioritário em Divinópolis. Limitou-se a dizer apenas que, em alinhamento com os centros de imunização de estados e municípios e de acordo com os critérios adotados por esses órgãos de saúde pública, envia a lista de pessoas credenciadas para trabalhar nos aeroportos ou com vínculo empregatício com empresas que prestam serviços nos seus terminais aeroportuários.
“Em toda sua rede própria de 43 aeroportos, mais 5 terminais sob contrato de gestão, a Infraero vem respeitando as legislações vigentes, encaminhando as listas das pessoas credenciadas aos centros de imunização, que são os responsáveis por definir critérios de vacinação e confirmar os dados dos trabalhadores. Só podem ser vacinadas aquelas pessoas mencionadas na lista e que comprovem ser trabalhadoras do transporte aéreo”, pontua a Infraero.
Prefeitura diz que observou
A Secretaria de Saúde de Divinópolis também se limita a comentar apenas que recebeu da administração do aeroporto Brigadeiro Cabral a lista de pessoas que teriam direito à vacinação contra a Covid-19 e que todas as pessoas cujos nomes constam na lista precisaram ainda justificar, através de documentos ou declaração, o seu vínculo empregatício no setor aeroportuário para, só então, poderem se vacinar.