Detento é morto e pendurado por um lençol em janela no Floramar em Divinópolis
Foto: Arquivo/Portal Gerais

Ela gravou as crianças para se vingar da ex-companheira; Envolvimento da mãe e de outras pessoas é investigado

Está presa no presídio Floramar a mulher, de 32 anos, que filmou dois irmãos de 4 e 9 anos praticando atos sexuais em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. A própria mulher levou os vídeos ao Conselho Tutelar acusando a ex-companheira de promover abuso contra os filhos.

As filmagens ocorreram no domingo (17/12), sendo entregues no Conselho Tutelar no dia seguinte. Imediatamente, os conselheiros acionaram a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) que, em seguida, prendeu a mulher.

Conforme a Polícia Civil de Minas Gerais (PMMG), ela teve a prisão ratificada pelo crime previsto no artigo 240 do Estado da Criança e do Adolescente (ECA), que trata da produção, reprodução, distribuição, exibição, oferta, troca, venda ou divulgação de material pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes.

Ela segue no presídio Floramar, onde permanece à disposição da Justiça.

Medidas protetivas

As imagens feitas pela mulher, conforme o promotor da Vara da Infância e Juventude Carlos Fortes, conhecido como Casé Fortes, são indescritíveis. Vários atos sexuais foram praticados pelos irmãos – dois meninos. Ao tomar conhecimento a partir do Conselho Tutelar, ele, então, solicitou medidas protetivas.

“Entrei ontem (19/12) com ação em relação as duas crianças filmadas e que já estão institucionalidades em entidade de acolhimento. Estamos investigando a família até para saber se esses abusos já ocorriam há mais tempo”, explica o promotor.

A polícia também investiga o envolvimento da mãe. Ao fazer uma análise inicial do vídeo, Casé diz que há indícios de que a prática ocorria há mais tempo.

Em uma das filmagens, por exemplo, a mulher responsável pela gravação instiga as crianças a responsabilizarem a mãe.

“Ela pergunta quem te ensinou isso, para as crianças responderem, a minha mãe. Ela ri muito, ela gargalha, se diverte com os meninos”, relata.

De acordo com o promotor, as crianças “não tem nem capacidade física” para praticarem todos os atos explicitados nos vídeos.

A mãe das crianças continua solta já que a participação dela segue em investigação.

Proteção

O Ministério Público também pediu medida protetiva para o filho biológico da mulher presa. Ela ainda está em análise. Por enquanto ele está em responsabilidade de uma das avós. Segundo o Conselho Tutelar, ela demonstrou ter condições de ficar com a criança.

“Toda as ações tem objetivo da proteção dessas crianças. Não são ações criminais. Elas (criminais) também estão em andamento, mas a nossa é mais urgente”, explica.

Outro caso de abuso

O Ministério Público também acompanha o caso do bebê de um ano e sete meses. O menino continua internado no Complexo de Saúde São João de Deus onde passou por cirugia após a madrasta, de 21 anos, inserir um frasco de desodorante no ânus dele. Ele está bem e em acompanhamento da enfermaria.

“Já foi pedido e deferido a colocação na família acolhedora até que o fato seja melhor esclarecido. Ele não está em segurança com a mãe, muito menos com o pai”, afirmou Casé.

A madrasta segue no presídio Floramar. A filha dela está com uma das avós, contudo o promotor também pediu medidas protetivas para ela.