Pediatra usou a tribuna livre da câmara para apresentar proposta aos vereadores; Cidades com menor cobertura hospitalar possui a iniciativa, segundo o médico

Ocupante da Tribuna Livre da Câmara Municipal de Divinópolis, na reunião ordinária desta terça-feira (01), o pediatra e presidente do setor do Centro-Oeste Associação Mineira de Pediatria, Nozor Galvão, propôs aos vereadores, a criação de um banco de leite humano na cidade.

De acordo com o médico, a implantação desta unidade abrange um produto de custo baixo, abordado por Nozor como o melhor para uma criança recém-nascida e que além de ser um alimento, também a protege, através de uma microbiota, que produz nas crianças, inclusive prematuras, uma maturidade imunológica, que é transmitida pelos anticorpos da mãe.

“Os CTIs usam fórmulas caríssimas, tanto para planos de saúde, quanto para o SUS, que encarecem muito o tratamento. Uma fórmula láctea de um prematuro, de 28, 30 semanas de vida, é muito mais cara do que qualquer antibiótico que você vai usar. Então o leite humano é uma coisa barata, porque é de graça e vai salvar vidas. Às vezes, ele é mais importante no CTI, do que um medicamento”, abordou Nozor em plenário.

Ainda sobre o assunto, o médico deu o exemplo de Itaúna. Nozor citou que o município, que não tem a mesma quantidade de instituições hospitalares de Divinópolis, possui um posto de coleta, existente em uma faculdade particular de medicina, o qual as mães que possuem o leite em excesso, podem fazer doações.

De acordo com o Disque Saúde, o serviço de atendimento à população do Ministério da Saúde, Oliveira, Pará de Minas e Curvelo, são cidades da região Centro-Oeste que também contam com bancos de coleta.

“Divinópolis, em uma cidade deste tamanho e imensidão na área de medicina, não temos um posto de coleta. Então tem mãe jogando leite fora, ou seja, deixando de salvar vidas, descartando um diamante bruto, que poderia estar sendo utilizado. Então, se nós tivéssemos um posto de coleta, já seria bom, pois coletaríamos esse leite e mandaríamos para Belo Horizonte, onde será pasteurizado e voltaria para nós”, disse.

Nozor ainda citou que a necessidade de haver um banco em Divinópolis é urgente e que os valores arcados seriam somente com funcionários, já que o mesmo ressaltou que o leite não possui custos.

“Então eu gostaria de alertar esta casa. Sei que vocês (vereadores), estão preocupados com o futuro dessa cidade e estas crianças são o futuro. Elas serão salvas com o leite humano e vão ocupar uma dessas cadeiras aqui. Temos que zelar por elas e pensar e salvar vidas de forma barata e econômica (…) Urge um posto de coleta”, finalizou.

Foto de capa: Reprodução/TV Câmara