Vereador desafia prefeito a falar publicamente o motivo pelo qual deixou a liderança do Executivo; “Não vou participar de coisa errada”, afirma

A resistência ao governo do prefeito de Divinópolis, Galileu Machado vem do próprio partido, o MDB. A maior voz de oposição é a do ex-líder do Executivo, vereador Edson Sousa. Indignado com as declarações dadas por Machado na rádio Minas, o parlamentar rebateu. Ao PORTAL CENTRO-OESTE disse que “Galileu é avô de Deus. Ele se basta sozinho”.

Em entrevista à rádio Minas, na segunda-feira (07), o prefeito classificou Edson como “o maior opositor que existe na câmara”.

“Do nosso partido, o MDB, achávamos que seria uma pessoa que iria ajudar o Executivo, era inclusive o líder do governo, líder opositor, isso é muito difícil de entender”, disparou Machado.

Decepção

Edson deixou a liderança do Executivo em agosto de 2017 (Foto: Divulgação/CMD)

Ao PORTAL Edson disse que as declarações foram mais uma decepção com o prefeito. Afirmou que foi convidado pessoalmente por Galileu a filiar-se ao MDB.

“Ele me convidou na minha casa, ele queria coroar a vida pública e fez o inverso”.

Desde que assumiu a prefeitura, segundo o vereador, não houve nenhuma reunião do partido.

“Nunca reunimos os três vereadores para discutir projetos. Eu, particularmente, não sou chamado para nada”.

Desafio

Para revidar as afirmações, Edson desafiou o emedebista a dizer, em público, porque ele deixou a liderança do Executivo.

“Desafio o prefeito a falar porque eu entreguei a liderança. Não vou entrar em trem errado. Temos ex-presidente, ex-governadores, ex-senadores presos. Este país está mudando”.

Falta de diálogo

A ausência de diálogo parece ser o que mais o incomoda. O vereador disparou que falta “humildade para perguntar” e buscar opiniões sobre projetos e ações do governo.

“Ele faz o trem da cabeça dele”, enfatizou.

Sem poupar críticas, afirmou que “Galileu é símbolo”, e que há outras quatro “cabeças” no comando.

“Que manda são as quatro mulheres, as quatro Marias, isso vai estourar. Isso não é governo para mim não. Pessoas que confundem particular com o público”, intrigou sem citar nomes.

Filiação

Logo quando deixou a liderança do governo, poucos meses após assumir, Edson declarou que deixaria o MDB e chegou a desafiar a sigla a expulsa-lo. Questionado pelo PORTAL sobre a desfiliação, alegou que o diretório não o liberou. O atual presidente, é o empresário e ex-assessor especial da prefeitura, Fausto Barros.

“Estou no MDB por questões jurídicas. Meu coração não está lá mais não”, justificou disparando mais críticas contra o governo.

“O Galileu quer que eu bata palma para ele, solte foguete, fazer discurso? Não! Está errado […] Tem árvore de natal em cada quarteirão da cidade com sacos pretos, verdes, vermelhos, favorecimento de cargo, salário atrasado”.

“Entre valores transitórios e minha consciência, eu fico com a minha consciência”, finalizou.

Fortalecimento

Mesmo com a fragilidade do próprio partido, Galileu disse na Rádio Minas que está com a bancada fortalecida. Trocando o número de vereadores de 17 para 19, afirmou esperar que “a maioria atenda nosso chamamento para que possamos melhorar a arrecadação do município”.

Ele se refere aos projetos envolvendo o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Também são do MDB, Dr. Delano e Adair Otaviano.