Órgãos de segurança desencadearam a ação após identificar suspeitos de homicídios e tráfico de drogas em Divinópolis
Quinze pessoas foram presas, dentre elas, um homem, de 29 anos, apontado como líder de uma associação criminosa. A prisão ocorreu durante a operação Inimigo Íntimo desencadeada, nesta quinta-feira (19/10). A ação ocorreu simultaneamente em Divinópolis, Carmo do Cajuru, ambas no Centro-Oeste e em Uberlândia, no Triângulo mineiro.
A operação teve o objetivo de combater os crimes de homicídio, tráfico de drogas, associação para o tráfico, posse, porte e comércio ilegal de armas de fogo e munições.
As investigações começaram em maio deste ano, após o número de homicídios disparar em Divinópolis.
“Uma investigação difícil, um serviço de inteligência que foi fundamental para que nós angariássemos provas para deflagração na data de hoje.”, afirma o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leandro Wili.
De janeiro até a presente data, Divinópolis registrou 42 assassinatos, embora, a 7ª Região da Polícia Militar tenha se destacado, pela terceira vez, como a menos violenta de Minas Gerais. Puxando, então, a redução dos índices de criminalidade do estado. O número de homicídios é maior do que o contabilizado durante todo o ano passado.
“Isso não quer dizer que não ocorra fenômenos da criminalidade pontualmente em alguns locais.”, afirma o comandante da 7ª Região da Polícia Militar, coronel Wemerson Lino Pimenta.
A identificação dos suspeitos, segundo ele, ocorreu a partir de trabalho integrado dos setores de inteligência dos órgãos envolvidos na operação.
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A operação Inimigo Íntimo
A ação foi conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais, por meio do Gaeco – Regional Divinópolis. Assim como, pela Polícia Militar de Minas Gerais, com os apoios da Polícia Civil e Polícia Penal.
Dentre os suspeitos identificados, está o líder da associação, preso no bairro Nações, em Divinópolis. Em 2012, ainda com 17 anos, ele matou o pai, um cabelereiro, com dois tiros, no centro da cidade. O crime causou grande comoção.
A polícia também já o prendeu por tráfico de drogas e suspeitas de outros crimes.
Apreensões de drogas
Os órgãos de segurança cumpriram 15 mandados de prisão e 26 mandados de busca e apreensão. Em Uberlândia, eles apreenderam uma tonelada de maconha, avaliada em R$ 1 milhão, onde estava o principal fornecedor de Divinópolis. Além disso, aparelhos celulares, armas, balança de precisão.
No transcorrer dos trabalhos investigativos, houve a prisão de alguns alvos. Além disso, a apreensão de duas armas de fogo e mais de 50 quilos de maconha.
Neste período, a PM tem ocupado a região sudoeste, onde está o bairro Nações. Ela é a maior de Divinópolis com quase 100 mil moradores. Segundo o Comandante da 7ª Região, essa presença deverá continuar 24 horas por dia afim de coibir novos crimes.
“Possivelmente, teremos novidades para rearticular operacionalmente aquela região aumentando a previsão de efetivo, o número de gestores, e, aí sim, ter uma aproximação maior com aquela população”, explica.
Atuação da associação
Embora, classificada como associação, segundo o promotor, os membros não atuavam de forma articulada.
“Eles tinham uma associação por conveniência. Até o próprio nome da operação, Inimigo Íntimo, representa essa associação. Eles possuem interesses próprios, financeiros, logicamente, em relação ao tráfico de drogas, mas a partir do momento em que um interesse se sobrepunha ao interesse do colega, associado ou comparsa, eles praticavam homicídios como muita facilidade. Essa é a razão que vamos, possivelmente, avançar na investigação de diversos homicídios ocorridos em Divinópolis”, explica, o Leandro Wili.
As investigações agora continuam.
“Daqui para frente a Polícia Civil atua, conjuntamente nestas investigações através dessas armas de perícia para comparação de outros crimes, homicídios ocorridos, não só agora, mas há cinco, 10 anos atrás (…) investigação com relação aos aparelhos telefônicos apreendidos, computadores”, explica do delegado Weslley Castro.
Efetivo
A Operação Inimigo Íntimo conta com a participação de 1 promotor de justiça, 8 agentes do Gaeco, 70 policiais militares, 34 policiais civis e 8 policiais penais, com um total de 34 viaturas e 2 aeronaves.