Poliany Mota

 

Nesta obra um dos operários estava sem nenhum equipamentos e os demais apenas com capacete (Foto: Amanda Quintiliano)

Nesta obra um dos operários estava sem nenhum equipamentos e os demais apenas com capacete (Foto: Amanda Quintiliano)

Apesar de já terem ocorrido acidentes graves em obras, alguns trabalhadores insistem em não utilizar o EPI (Equipamento de Proteção Individual). Recentemente um pedreiro morreu após se desequilibrar e cair de uma altura de aproximadamente seis metros, na Rua Rio Grande do Sul, no centro de Divinópolis. Nesta sexta-feira (30), o PORTAL flagrou, na mesma rua, um operário de uma construção sem o equipamento de segurança.

 

Em contato com a Solo Construção e Empreendimento, responsável pela edificação, a empresa relatou que mensalmente um técnico de segurança do trabalho visita as obras realizadas por ela, para fiscalizar e dar palestras sobre a importância de utilizar o EPI. O encarregado da obra ainda fica responsável por monitorar diariamente se os operários estão seguindo as orientações de segurança. No entanto, a empresa ressaltou que há funcionários que só passam a usar os equipamentos quando recebem uma advertência, segundo ela, já houve três casos assim.

 

De acordo com os parágrafos I dos artigos 156 e 157 das Leis Trabalhistas, “cabe às empresas cumprir e fazer cumprir as normas de segurança do trabalho” e é de responsabilidade das Delegacias Regionais do Trabalho promover a fiscalização do cumprimento das normas.

 

Para conseguir atender a lei e manter os operários equipados, o técnico do trabalho do Crea (Conselho Regional de

Obra onde foi registrada a morte de um pedreiro. Apenas um homem estava trabalhando (Foto: Amanda Quintiliano)

Obra onde foi registrada a morte de um pedreiro. Apenas um homem estava trabalhando (Foto: Amanda Quintiliano)

Engenharia e Agronomia), de Divinópolis, Ciro Máximo de Oliveira Junior, disse que é necessário sempre realizar campanhas de conscientização.

 

“Às vezes é o próprio trabalhador que não quer o usar o EPI. A questão principal é orientar, posteriormente a gente observa se ele é negligente e o adverte. Caso ele continue desobedecendo às normas de segurança, a empresa pode até demiti-lo por justa causa”, explicou o técnico.

 

Outro acidente registrado, em Divinópolis, foi no bairro Manoel Valinhas, enquanto o trabalhador instalava uma antena. Sem os equipamentos corretos, ele do terceiro andar de um prédio. Com a queda ele perdeu um dos testículos. Também em Divinópolis, em dezembro do ano passado, um pedreiro morreu eletrocutado ao esbarrar na rede elétrica.