A confirmação de quatro casos da doença na região metropolitana reacenderam as discussões sobre o tema; Veja o que diz o médico sobre a situação
Ayllana Ferreira
Os quatro casos confirmados de Sarampo em Minas Gerais reascenderam a discussão sobre o tema no estado. Na região Centro-Oeste, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Ses), o último caso diagnosticado da doença foi em 1999, em Pará de Minas, com três registros.
Em Minas, dos casos confirmados este ano, dois foram em Belo Horizonte, um em Betim e o outro em Contagem. Conforme Ses, em Boletim Epidemiológico divulgado nesta quinta (22), desde o início de 2019, 221 casos de suspeita da doença foram notificados em 78 municípios do Estado.
Em 2018, o Sarampo, doença até então controlada por campanhas de vacinação gratuitas, oferecidas pelo SUS, foi reintroduzido no Brasil. Surtos ocorreram em 11 Estados, com um total de 10.326 casos confirmados: Amazonas (9.803), Roraima (361), Pará (79), Rio Grande do Sul (46), Rio de Janeiro (20), Sergipe (4), Pernambuco (4), São Paulo (3), Bahia (3), Rondônia (3) e Distrito Federal (1).
Por ser uma doença viral, infecciosa aguda, o Sarampo é altamente contagioso e comum na infância. Transmissível por meio de secreções, a vacinação ocorre normalmente ainda bebê, aos 12 e 15 meses de idade, sendo possível vacinar mais velho também.
Retorno do Sarampo
Segundo Rodrigo Nogueira, Médico Anestesista e Clínico Geral com atuação no Hospital Luxemburgo, a reintrodução do Sarampo precisa ser analisada a partir de alguns fatores. Primeira, pela doença ter sido, de certa forma, controlada, muitas pessoas deixaram de vacinar seus filhos por acreditar que o vírus havia desaparecido.
Outro fator foram as fake News disparadas em redes-sociais, principalmente WhatsApp, que diziam sobre lotes adulterados, riscos da vacina e afins. As pessoas começaram a ter medo de vacinar seus filhos.
E, segundo o especialista, a vacinação é de suma importância para a pessoa vacinada, como também para as que estão em contato com ela, “algumas vacinas ajudam a imunizar outras pessoas que não foram imunizadas, e que tenham contato próximo com a pessoas vacinada”, contou.
O contato com pessoas de outros países sem a vacinação também é um fator de risco. Muitos países não possuem o mesmo cronograma de vacinação, ou seja, epidemias controladas no Brasil, não são em alguns países. Como resultado, o brasileiro ao entrar em contato, acaba ficando contaminado.
Rodrigo finaliza dizendo que a prevenção ainda é o melhor caminho para a proliferação da doença.
“A prevenção é seguir direitinho o calendário de vacinação. Na vacina, a criança tem contato com o vírus morto ou atenuado, como resultado, produz anticorpos a partir dessa relação. Se ela tiver contato com o vírus vivo mais na frente, irá responder mais rapidamente e melhor contra e, na maioria das vezes, nem vai ter sintomas”, explicou
Sintomas
- febre acompanhada de tosse;
- irritação nos olhos;
- nariz escorrendo ou entupido;
- mal-estar intenso;
Em torno de 3 a 5 dias, podem aparecer outros sinais e sintomas, como manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade.