A força-tarefa implantada pela Secretaria de Saúde (Semusa) de Divinópolis levou cerca de 100 pessoas à Câmara Municipal, nesta quinta-feira (15). Representantes de clínicas de recuperação, ex-internos e familiares questionam o fechamento das oito unidades só neste segundo semestre.

O pastor Wilson Botelho, responsável pelo Projeto Quero Viver, usou a tribuna livre e não economizou críticas a ação do governo. Ele sugeriu fiscalizações no Caps AD e no Serviço de Referência em Saúde Mental (Sersam), assim como tem ocorrido nas clínicas.

Disse que apesar dos relatados dos internos, as casas de recuperação vem como alento para as famílias. Afirmou ainda que os trabalhos são feitos por amor e que os órgãos competentes precisa de menos técnicos para entender como são desenvolvidos.

“A prefeitura cria uma força tarefa para fechar casas de recuperação […] Vem mexer com trabalho sacerdotal, vocacional, de misericórdia, de amor […] Com oito fiscalização está todo mundo na rua. Esse secretário antidrogas tanto passado, como de hoje, não sabe o que é viciado […] Esse trabalho não se faz com dinheiro, se faz com amor, com coração”, enfatizou na tribunal.

O Projeto Quero Viver faz um trabalho com dependentes químicos na região do carrapateiro, perto da Praça Candidés. Desde a implantação pelo menos 220 pessoas foram retiradas do local. Para Pastor Wilson, a fiscalização está exagerada e prejudicando tratamentos em clínicas que visam o social e não dinheiro.

“Agora vem dizer que está interditada? Então o prefeito, o estado, a federação pagam”, disparou.

Força-tarefa

A força-tarefa foi iniciada em agosto para fiscalizar as clínicas de recuperação. Ao todo já foram vistoriadas 10 comunidades terapêuticas. Apenas duas receberam a liberação para continuarem com o trabalho e as outras oito tiveram as atividades suspensas.

A Secretaria Sobre Drogas, Conselho Tutelar, Conselho Municipal Antidrogas e Polícia Militar fazem parte da força-tarefa.

Segundo relatos dos fiscais há casos com problemas estruturantes e também de maus tratos, além de uso inadequado de medicamentos, ausência de licença, castigos.

Comissão

O presidente da Câmara, Adair Otaviano (PMDB) irá montar uma Comissão Especial para averiguar as denúncias de Pastor Wilson.