Emmanuelly Silva Resende, conhecida como Emma Spinner, é suspeita de extorsão, racismo, injúria religiosa e outros delitos.


A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) investiga agora possíveis colaboradores da influenciadora digital Emmanuelly Silva Resende, de 31 anos, conhecida como Emma Spinner, presa na noite desta segunda-feira (16/12) em Betim, na região metropolitana. O órgão divulgou detalhes, nesta terça-feira (17/12), durante coletiva de imprensa.

A Polícia Civil a indiciou em setembro deste ano pelos crimes de extorsão, injúria racial e ameaças. O processo incluiu depoimentos de 24 vítimas e várias testemunhas, resultando no registro de 40 ocorrências pela polícia.

Entre os crimes cometido por  Emmanuelly – que é natural de Divinópolis – estão, extorsão, denunciação caluniosa, divulgação de pornografia, ameaça, perseguição (stalker), racismo e injúria religiosa.

Emma Spinner, como era conhecidas nas redes socias, mora nos Estados Unidos. Ela utilizava redes sociais para praticar diversos delitos, conforme a polícia. A PCMG removeu cinco perfis falsos no Instagram e dois no Facebook.

“As investigações findaram-se no mês de setembro com o indiciamento e pedido de prisão feito pela Polícia Civil. No início de novembro, foi determinada a prisão dela, juntamente com o recebimento do processo criminal”, destacou a o delegado responsável pelo caso, Weslley Castro.

A Polícia solicitou a difusão vermelha para acionar a Interpol, viabilizando a prisão em qualquer país. Com pedido aprovado e lançado na última segunda-feira (16/12).

 “Caso ela tentasse sair do país, certamente acabaria presa. Em território nacional, o mandado já consta em todos os estados. Ou seja, ela não teria mais como fugir”, ressaltou Weslley.

A prisão de Emma Spinner

A prisão de Emma ocorreu quando ela retornava dos Estados Unidos. Ela seguia de Confins para Divinópolis quando foi abordada em uma operação de rotina da Polícia Rodoviária Federal em Betim. Ao consultar a placa do veículo, os policiais constataram que havia um mandado de prisão em aberto.

Quem estava na condução do veículo, conforme apurado pela reportagem, era a mãe da influenciadora, que havia ido buscá-la no aeroporto. Contudo, o carro está registrado no nome de Emma.

Crimes graves e prejuízos econômicos

Além dos impactos pessoais, os delitos resultaram em prejuízos a empresas locais. As investigações começaram em junho deste ano, após o registro de 14 ocorrências contra a influenciadora.

Conforme a polícia, as investigações revelaram que a influenciadora teria utilizado suas redes sociais, com mais de 70 mil seguidores, para cometer crimes contra a honra, praticar discriminação religiosa e fazer ameaças, causando sofrimento psicológico e prejuízos financeiros a várias vítimas.

“Esse tipo de discurso diminui faturamentos e pode ter levado até a demissões em determinadas empresas”, destacou o delegado.

A investigação se destaca como a maior da região Centro-Oeste no combate aos crimes digitais.

“Foram identificados diversos crimes, e diversas vítimas procuraram a Polícia Civil. A internet não é uma terra sem lei, como alguns imaginam”, afirmou o delgado regional Flávio Destro.

Perfis falsos não garantem anonimato

Muitas pessoas acreditam que perfis falsos dificultam a identificação dos criminosos. Contudo, a Polícia Civil reforça que as investigações conseguem identificar os criadores dos perfis e comprovar os crimes cometidos.

“Conseguimos, através de investigações próprias, identificar quem são os responsáveis. A materialidade das infrações é comprovada, e os responsáveis serão responsabilizados”, explicou Destro.

Segunda fase da investigação

A Polícia Civil investiga possíveis colaboradores de Emma, que utilizava suas plataformas para cometer os crimes. Apesar de agir por conta própria, ela pode ter recebido influência de outras pessoas.

 “Relatos indicam que algumas vítimas sequer a conheciam. Por isso, precisamos entender quem a alimentava com informações caluniosas, levando ao sofrimento das vítimas”, informou Flávio.

A reportagem do PORTAL GERAIS apurou que, no momento da prisão de Emma Spnnier, ela estava como carona em seu veículo. Sua mãe dirigia o carro, mas, inicialmente, nenhum indício aponta para o envolvimento dela.

A Policia Civil acredita que mais vítimas podem surgir e solicitou que quem fosse vitima pode denunciar.

“Solicitamos que, caso ainda haja vítimas que não tenham nos procurado, que registrem ocorrência. A investigação precisa dessas denúncias para apurar os fatos”.

Pena pode ultrapassar 40 anos

Flávio Destro destacou a gravidade dos crimes e afirmou que as penas podem ultrapassar 40 anos de prisão, se houver condenação.

“A pena em abstrato pode superar os 40 anos. Inúmeros crimes praticados através das redes sociais, afetando diretamente inúmeras vítimas”.

A corporação reforça a importância do uso responsável da internet e ressalta que nenhum país é refúgio para criminosos digitais.

“O Brasil e a Interpol possuem acordos de cooperação internacional. Mesmo que estivesse nos Estados Unidos, ela seria presa e deportada para responder pelos crimes”