A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em seis cidades do Centro-Oeste; Operação também combateu tráfico de pessoas e trabalho escravo
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em seis cidades do Centro-Oeste de Minas, nesta terça-feira (14/11), durante a operação Illusio de combate a organização criminosa que atuava na falsificação e contrabando de cigarros na região de Divinópolis.
A Polícia Federal, atuou em conjunto com a Receita Federal e com a cooperação do Ministério do Trabalho. A ação ocorreu de forma coordenada em cinco estados: Minas Gerais, Amazonas, Bahia, São Paulo e Pará.
Em Minas, os alvos estavam em Divinópolis, Pará de Minas, Itaúna, São Gonçalo do Pará, Pitangui e Nova Serrana.
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A operação também teve como foco combater o descaminho de maquinário utilizado na fabricação de cigarros, tráfico de pessoas, trabalho escravo. Além disso, falsificação e uso de documentos falsos, crime contra as relações de consumo, crime contra os registros de marcas, assim como, lavagem de dinheiro.
A polícia cumpriu medida de sequestro de bens e valores, contra 38 pessoas físicas e 28 pessoas jurídicas. Portanto, um total de R$ 20 milhões.
Mais de 165 policiais federais cumpriram 11 mandados de prisão preventiva, 13 mandados de prisão temporária, assim como, 35 mandados de busca e apreensão. Todos expedidos pelo Juízo da Justiça Federal em Belo Horizonte, em residências, galpões e empresas nas cidades:
- Manaus/AM,
- Capim Grosso/BA,
- Belo Horizonte/MG,
- Divinópolis/MG,
- Itaúna/MG,
- Nova Lima/MG,
- Nova Serrana/MG,
- Pará de Minas/MG,
- Pitangui/MG,
- São Gonçalo do Pará/MG,
- Barueri/SP,
- Carapicuíba/SP,
- Indaiatuba/SP,
- Osasco/SP,
- Santana de Parnaíba/SP,
- São Caetano do Sul/SP,
- São Paulo/SP,
- Taiuva/SP e
- Nova Ipixuna/PA.
Cadeia de produção em Divinópolis
A partir de investigação e acompanhamento do esquema criminoso pela Receita Federal, a Polícia Federal identificou toda a cadeia de produção dos cigarros clandestinos na região de Divinópolis. Além disso, toda a organização criminosa envolvida no esquema de fabricação de cigarros paraguaios falsos.
As investigações revelaram, por exemplo, que a quadrilha, chefiada por um empresário de Barueri/SP, cooptava trabalhadores no Paraguai. Assim, ele os traziam para fábricas clandestinas no Brasil, na região de Divinópolis.
Lá, eram submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão, com a liberdade tolhida, permanecendo reclusos, sob vigília, e incomunicáveis, por vários meses, no interior dos estabelecimentos. Tinham, ainda, os telefones confiscados. Os suspeitos também os impediam de ter qualquer acesso ou contato com o mundo exterior.
Conforme a polícia, os membros da organização levavam as vítimas de olhos vendados. Diante disso, eles sequer sabiam o local em que se encontravam.
Distribuição dos cigarros falsos
A organização fazia a distribuição dos cigarros falsos, então, em caminhões com a ocultação destes produtos, atrás de cargas de calçados produzidos na região de Nova Serrana/MG.
Os presos responderão por um ou mais dos seguintes crimes elencados com as respectivas penas máximas: organização criminosa – 8 anos, contrabando de cigarros – 5 anos, descaminho de maquinário – 4 anos, tráfico de pessoas – 8 anos, trabalho escravo – 8 anos, falsificação e uso de documento particular falso – 5 anos, crimes contra as relações de consumo – 5 anos e lavagem de dinheiro – 10 anos.
O nome se refere a ILUSÃO, uma vez que os suspeitos vendiam os cigarros falsificados ao consumidor final como se fossem cigarros contrabandeados. Ou seja, produzidos no Paraguai.