Alunos do curso de Direito da Faculdade Pitágoras de Divinópolis se reuniram, nesta terça-feira (14), com a coordenação do curso pedindo explicações sobre as demissões de professores. Ao todo, serão demitidos 32 docentes de 18 cursos de graduação. Só de direito serão seis, segundo o vice-presidente da União Estudantil de Divinópolis (UED) e também estudante do curso, André Luís.
A justificativa repassada para os alunos e para a UED vai na contramão das argumentações do diretor Francisco Resende. Aos estudantes foi dito, segundo André Luís, que a faculdade está implantando um novo sistema, conhecido como KLS 2.0.
“Segundo a coordenadora, este sistema será utilizado para cobrar mais, tanto do aluno como do professor. O professor terá que publicar com antecedência a aula que ele vai dar em determinado dia para assim o estudante estudar antes em casa e chegar na faculdade com o conteúdo mais preparado. Segundo ela, ele terá que dar aula do mesmo jeito, este sistema não será apenas aula interativa”, conta o vice-presidente da UED.
Ainda segundo o estudante, a coordenação disse que a faculdade está passando por um processo de “serialização” e que alguns professores, por não se dedicarem exclusivamente a função, estavam tendo o desempenho prejudicado e que o novo sistema cobrará mais deles.
Dentre os demitidos, segundo André Luís, estão professores qualificados, com mestrado e doutorado. Os alunos alegam que a medida é para contratar professores mais barato.
Processo normal
Em contato por telefone, o diretor da instituição tratou as demissões como normais. Disse que em todos os semestres são feitas adequações da grade, ou seja, há demissões e admissões. Isso, segundo ele, ocorre porque nem sempre há disciplinas lecionadas por um determinado professor, especialista, em todos os períodos.
“São demissões normais que fazemos em todos os semestres, algumas por decisão dos coordenadores. As vezes o professor não está correspondendo às expectativas do curso”, alega.
Resende negou que a medida seja para conter gastos ou que tenha relação com a implantação de um novo sistema. Outra justificativa dada por ele é a otimização.
“Por exemplo, tinham três professores que cuidavam de estágio do curso de direito, não precisamos de três, pode ser um […] Isso é para oxigenar o corpo docente, dando novo gás para algumas disciplinas. Tinha também insatisfação de alguns coordenadores e algumas disciplinas também deixaram de existir na matriz”, argumenta.
Atualmente, o Pitágoras, unidade Divinópolis, conta com 20 cursos, são 7,3 mil alunos e 230 professores.
A reportagem tentou contato com a coordenação do curso de direto, mas as ligações não foram atendidas.