PCdoB aposta na aliança de partidos centro-esquerda à esquerda, para eleger governador, presidente e ampliar bancada na ALMG e Congresso
Política pública educacional foi o tema da roda de conversas conduzida pela presidente licenciada do Sindicato dos Professores Valéria Morato, na noite desta quarta-feira (22/6), em Divinópolis (MG). Pré-candidata a deputada estadual, ela defendeu a escolha de governantes que acreditam na educação e analisar os projetos que de fato representam esse objetivo.
“Porque no período eleitoral todo mundo fala que defende a educação, mas a gente precisa ver a história e o projeto que defende, é durante toda a vida daquele que é candidato, candidata. E então fazer escolhas corretas de um novo projeto que nos represente de fato e que retome o que nós perdemos a partir de 2016, que era um plano nacional de educação, que foi construído por todos os atores, estudantes, pais, responsáveis, profissionais da educação, gestores da educação, todos aqueles que estão presentes na comunidade escolar, na comunidade educacional, para que a gente possa, então ter representantes que desenvolvam o plano que foi decidido pela população e que está em vigor até 2024”, disse Valéria ao PORTAL GERAIS.
Retrocesso
Também presidente licenciada da Central do Trabalhador e Trabalhadora do Brasil (CTB), ela apontou como retrocesso a inversão de valores no Ministério da Educação (MEC), que segundo Valéria, deixou de investir em educação pública e de qualidade, para priorizar grupos.
“Hoje nós estamos vendo, literalmente, o que eles estão fazendo à frente do Ministério da Educação e Cultura e dizendo, para todos os trabalhadores, para todo mundo que os professores é que são aqueles que querem ideologizar educação, que são baderneiros e que dentro das universidades não fazem ciência, tecnologia e educação. Então esse é o grande retrocesso da educação, é estar à frente um governo que não acredita na educação como fator de transformação da sociedade”, completou.
Federação
No encontro, também esteve presente o presidente estadual do PCdoB, Wadison Ribeiro. Ao PORTAL GERAIS ele deu detalhes sobre os alinhamentos dos partidos para as eleições deste ano.
Sobre o atual cenário, ele descreveu que diferentemente de outros grandes estados, Minas avançou o rol de alianças. Atualmente, há formatada no estado e em todo o país, a Federação Brasil da Esperança, composta por partidos como PCdoB, PV e PT.
“Essa federação vai caminhar, no âmbito do estado, apoiando para o governo do Estado, o candidato Alexandre Kalil, que é do PSD. Ela também busca a aliança de outros partidos, como o PSB, como PSOL, a Rede e também União Brasil, que veio para esse apoio”, descreveu.
A expectativa, segundo Wadison, é que se crie um leque político de alianças amplo para uma frente de centro-esquerda à esquerda, para criar uma frente de apoio às pré-candidaturas de Lula para a presidência da República e de Alexandre Silveira ao Senado, além da de Kalil.
Assembleia e Congresso
Ao PORTAL, Wadison também declarou que analisa de forma positiva a situação de cadeiras legislativas, em função do crescimento de apoio a Lula, sobretudo em Minas, onde o pré-candidato, segundo pesquisas, tem um percentual maior do que a nível nacional e possibilitando a projeção de eleição para grandes bancadas na Assembléia Legislativa e na Câmara dos Deputados.
“Na federação Brasil da Esperança, composta, são 15 parlamentares que atualmente detém mandato e vão disputar a reeleição e no caso da Câmara Federal, essa aliança conta com 08 parlamentares com mandato. Há a expectativa de tanto para Assembléia Legislativa ampliar esse número, podendo chegar de 20 a 22 deputados estaduais e no caso da Câmara Federal, essa federação elegia entre 14 e 15 deputados federais”, contou.
De acordo com Ribeiro, tal cenário é importante, pois com uma possível vitória de Lula e Kalil, a necessidade é de uma bancada forte e que dê sustentabilidade ao governo, principalmente para diminuir uma dependência do centrão ou de partidos com caráter, segundo ele, mais fisiológico.
“Então nós estamos animados, acho que o Brasil vive uma mudança política, diferente de 2018, onde houve um voto maciçamente para o Bolsonaro. Acho que a população se decepcionou com o governo do Bolsonaro e reconhece hoje, que ela vivia em melhores condições no governo Lula. Então, diante dessa possibilidade, desse novo cenário, acredito que nós temos condições de eleger grandes bancadas tanto para a Assembléia quanto para a Câmara Federal”, detalhou.
Diferentemente das antigas coligações, extintas em 2017, as federações partidárias criadas para o pleito deste ano devem perdurar até as próximas eleições presidenciais, que ocorrerão em 2026. A razão se deve para que somente partidos com afinidade ideológica se unam, diminuindo o risco dos eleitores elegerem candidatos com pontos de vista opostos, como ocorria em pleitos proporcionais.
“A federação tem um programa, tem um estatuto, um programa de desenvolvimento para o país e, portanto, a nossa expectativa é que esse programa seja vitorioso”, concluiu Wadison.
Foto de capa: Augusto Viana