Se quem se coloca como oposição a esta oposição que está aí é tratado com todos os adjetivos diminutivos, por não rezar na cartilha dos que se acham redentores, imagina se a pessoa em questão disser que é petista. Vai para a fogueira da Inquisição.
Esta pessoa será tratada como ponto fora da curva e, portanto, deverá ser eliminada. Se há algo de nobre na utópica democracia é, justamente, a possibilidade de cada um exprimir o seu pensamento. Mas hoje – ao que parece – pensar diferente do que prega a oposição é estar contra a “nação”. Essa é uma noção errada, mas perpetuada para atender a interesses escusos.
Políticos corruptos e seus esquemas de ramificação desta atividade criminal existem em todas as legendas. Da mesma forma como as pessoas bem intencionadas que querem o bem coletivo, mas que são abafadas pelos velhos “lobos”, “barões” e seus discípulos, que estão ligados a uma política antiga: o tal toma lá dá cá. Prática que contamina a União, os estados e os municípios.
Em meio a esse cenário, alguns críticos – apartidários – defendem que há o surgimento de um fenômeno novo e perigoso. Trata-se da partidarização da mídia e de segmentos da Justiça. Em qualquer sociedade justa estes organismos, quando livres de isenção partidária, são fundamentais para o desenvolvimento e, sobretudo, para assegurar direitos.
Ocorre que determinadas impressões – pré-julgamentos – sobre A ou B estão contaminando tais organismos e o que é levado à população como produto do trabalho e análise deles pode sofrer distorções e retratar, portanto, uma meia verdade ou uma interpretação ilegítima de determinado fato.
É necessário garantir a soberania das instituições e dos mais variados organismos sociais, que são vitais para esclarecer e fundamentar a opinião pública. É necessário também criticá-los e colocá-los à prova. Confiar cegamente neles pode ser sinal de ingenuidade. Afinal de contas, estes entes são geridos por pessoas e pessoas, e por mais que sejam instruídas, têm lá as suas preferências, que em algum momento, consciente ou não, vão acabar se manifestando de alguma forma no objeto do seu trabalho. É assim com o homem dito comum, não será muito diferente com quem tem mais poder e responsabilidade com o coletivo.
Manifestar determinados pontos de vista num momento tão conturbado como o atual é complicado. Sempre se corre o risco de ser mal-interpretado, mas a intenção não é agradar a um e desagradar outro e, sim, querer entender as coisas sobre outro prisma.
É não compactuar com a corrupção que aí está, mas também observar que há muita nebulosidade nas verdades que são impostas. Mesmo as boas intenções e ações escondem seus interesses.