Amanda Quintiliano
Depois de vários rumores desmentidos, o Restaurante Popular fecha às portas em Divinópolis. A suspensão do serviço no local foi confirmada, na manhã desta quinta-feira (26), pelo prefeito Vladimir Azevedo (PSDB). Para compensar, foi lançado o Programa de Alimentação Popular (PAP). Ele irá garantir as refeições para 350 usuários do restaurante que se enquadram nos critérios da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.
O prefeito tratou a questão como uma solução para o município continuar ofertando o serviço atingido o público alvo. Citando cidades que não oferecem mais a alimentação a preço popular, como Igaratinga e Governador Valadares, ele classificou a medida como “criativa”.
“Estamos exercendo muita criatividade para achar uma saída para um problema que muitas cidades não têm encontrado e ao mesmo tempo tentar ajustar a política pública na sua finalidade de atender o público alvo”, disse.
Vladimir lembrou que o restaurante não conta com subsídios federais e nem estaduais e afirmou que o município não tem condições de arcar com refeições para a classe média.
“A primeira coisa que fiz foi separar o que chamo de cliente preferencial de cliente comum, porque acho que a prefeitura, o governo federal não tem nenhum tipo de ajuda neste programa, só veio aqui e construiu o restaurante e foi embora, não tem capacidade, dentre todas as condições e problemas na cidade que temos para investir, de bancar subsídio para a classe média, quem dera pudéssemos”, afirmou.
O cadastro dos beneficiários foi feito ao longo do último mês. Cada um deles receberá, até o dia 1º de julho, um cartão magnético com crédito de R$ 4 custeados pelo município. Eles poderão escolher entre seis restaurantes cadastrados. São eles: Hora do almoço, na Minas Gerais; restaurantes Gulu, Ronan e Castanheira, os três na Pernambuco; Panela de Barro, na Primeiro de Junho; Cantina do Paulo, na Getúlio Vargas.
Por enquanto não serão feitos novos cadastros de usuários. Foram beneficiados aposentados que recebem um salário mínimo, quem tem direito a benefício continuado do INSS e beneficiários do bolsa família. Os restaurantes interessantes em ofertar o serviço deverão procurar a operadora do cartão.
Economia
A medida não irá gerar economia, segundo o prefeito. Atualmente a média de refeições servidas no restaurante é de 350. Para cada uma a prefeitura desembolsa R$ 4. Não há gastos com pessoal já que desde fevereiro o município assumiu a gestão direcionando servidores já concursados para a função. A mudança, ainda conforme Vladimir, vem atender a critérios de segurança alimentar.
“O restaurante não tem alvará sanitário e precisa de investimentos na ordem de quase R$ 1 milhão para que seja
adequado, e vimos que não é necessário já que tem pequenos e médios restaurantes na cidade que precisam de fomento para geração de emprego”, alegou.
O secretário de Desenvolvimento Social, Paulo dos Prazeres garantiu que todos os restaurantes cadastrados atendem as normas.
“Há um trabalho iniciado pela vigilância sanitária no início deste ano com os restaurantes e é importante destacar que nenhum deles tem irregularidade do ponto de vista fiscal e sanitário”, afirmou.