Flávio Marra aponta ineficácia em órgão ambiental de Divinópolis; Prefeitura afirma que já avalia mudança

O vereador Flavio Marra (Patriota) sugeriu ao prefeito Gleidson Azevedo (PSC) a terceirização do Centro de Referência de Vigilância em Saúde Ambiental (Crevisa) de Divinópolis. Durante pronunciamento na reunião ordinária desta terça-feira (3), o parlamentar, que preside a Comissão de Proteção Animal, afirmou ter enviado ao chefe do Executivo um ofício em que justifica a recomendação.

“Eu já estou de saco cheio. A população está de saco cheio. As protetoras e os cuidadores de animais estão de saco cheio com esse órgão incompetente e que não funciona. Durante a campanha, Gleidson disse que iria fazer funcionar o que não funcionava. Pergunto à população: o Crevisa está funcionando? O Crevisa não está funcionado! E eu vou dar exemplo: ontem abriram as inscrições de castração, às 7h. Quando deu 7h05, acabaram as inscrições. Não tem mais! Estou cansado de falar aqui que o Crevisa tem mais de 25 servidores, com uma folha salarial mais de R$ 100 mil reais por mês. Quatro médicos veterinários e o simples e básico, que é a castração, não funciona”.

Ainda no discurso, Marra citou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no qual o Crevisa se compromete com o Ministério Público de Minas Gerais a cadastrar mais de quatro mil animais por ano.

“A gente não vai bater essa meta. Não sei se é por preguiça, negligência ou incompetência. Mas, o fato é que o Crevisa não funciona. Acabei de protocolar esse ofício pedindo ao prefeito, já que não está dando conta. A verdade é essa. Não adianta a gente querer tampar o sol com peneira. A verdade é que a Prefeitura não tá dando conta de sustentar o Crevisa. Não está dando conta de fazer o Crevisa trabalhar. Verdade é essa. Então vamos terceirizar o Crevisa. Vamos terceirizar para uma empresa que vai dar conta de manter aquilo lá, de resolver problemas e fazer aquela estrutura toda produzir, porque é isso que a população quer”.

Flávio Marra mostra ofício que afirma ter enviado a Gleidson Azevedo (Foto: TV Câmara/Reprodução)

Flávio Marra afirma ainda que, pelo fato de presidir a comissão legislativa que trata de assuntos ligados ao direito dos animais, recebe muitas ligações de cidadãos que reclamam da demora na prestação do serviço no Crevisa.

“Meu telefone vira um caos. Não para, com gente me cobrando, questionado porque não consegue entrar, castrar, tenta me ajudar e eu não vou furar fila, pedir prioridade. A gente tem que fazer funcionar. Não é arrumar esqueminha, jeitinho, furar filinha. Não é assim. É fazer funcionar. Mas, a gente não dá conta. Já fui ao Ministério Público. Já entrei com uma ação. Já fiz boletim de ocorrência”.

Outro lado

Procurada pelo PORTAL GERAIS, a Prefeitura de Divinópolis respondeu nesta quarta-feira (4/8) que o ofício que o vereador disse ter enviado ainda não chegou. Porém, segundo o Executivo, a demora nos atendimentos no Crevisa se deve à alta procura.

Segundo o governo, desde o início do ano até o dia 22 de julho foram feitas 1.042 no bloco e outras 631 no “Castramóvel”. Até a mesma data (22/7) o órgão tinha outros 1.673 animais cadastrados no mesmo período (janeiro a 22/7).

Sobre a sugestão de terceirização, a Prefeitura afirma que já avalia a possibilidade de terceirizar apenas a castração – e não de todo o Crevisa, como sugere o vereador.

“A terceirização das castrações já é um projeto desde o início da gestão, porque a castração de animais deve ser na pasta do meio ambiente e não da saúde”.

Perguntado pela reportagem se o fato de o órgão integrar a Secretaria de Saúde contribui para a demora nos atendimentos, o Executivo afirmou que não.

“Ficamos muito tempo sem veterinários por motivos como atestado, férias e covid-19. A castração de animais ser terceirizada já é um projeto. Justamente por falta de profissionais. Mas, mesmo assim, temos atendido bastante mesmo”.

A Prefeitura finaliza afirmando que já promoveu algumas reuniões sobre o assunto, inclusive com a presença do vereador Flávio Marra. “Todos esses empecilhos foram falados. Temos as atas das reuniões”, finaliza.