“É uma vergonha o que está acontecendo aqui. Com o outro prefeito era ruim. Agora ficou pior”. Foi o que disse a dona de casa Simone Alves Carvalho, 37 anos, residente no Bairro Santos Dumont, que na tarde da última quarta-feira (26) buscava atendimento médico para seu filho de um ano e meio.

“Se eu procurar a UPA eles vão dizer que o caso é para o Posto de Saúde, mas como se não tem médico aqui desde o início do ano?”, questionou a dona de casa.

Sem médico desde janeiro, o Posto de Saúde do Santos Dumont está sem funcionários. A única servidora que atende na unidade é uma agente comunitária que trabalha em horário integral unicamente para fazer encaminhamentos de pacientes para outros postos, como forma de amenizar as dificuldades enfrentadas pelos moradores.

A vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), Ivanete Ferreira, esteve no posto de saúde do Santos Dumont e constatou o abandono do poder público no local.

“É desumano o que a prefeitura está fazendo com os moradores daquela região da cidade. Desumano e vergonhoso, pois é humilhante ver uma unidade de saúde totalmente montada, com dois consultórios, com equipamentos odontológicos em perfeito estado, sem prestar assistência à população por incompetência administrativa”, disparou.

A situação encontrada no Posto de Saúde do Bairro Santos Dumont não deixa dúvidas quanto ao descaso da administração municipal. Desde janeiro não há dentista e a única enfermeira está de licença, não sendo providenciada uma substituta. Não há agente administrativo e para resolver o problema, uma funcionária da Secretaria Municipal de Saúde foi cedida temporariamente para uma solução emergencial.

O posto não conta com um técnico de enfermagem desde o ano passado. O técnico que atendia no local era contratado. Com o encerramento do vínculo contratual no fim do ano passado, a administração ignorou essa situação e não contratou outro profissional. O que é ainda mais grave é a falta de médico, obrigando a suspensão total das consultas desde o início do ano. O único médico que atendia no posto deixou a unidade no início do ano.

Para a vice-presidente do Sintram, o quadro absolutamente critico encontrado no Santos Dumont é um retrato do abandono em que se encontra todo o sistema de saúde da cidade. Ivanete Ferreira diz que é uma situação de total
desrespeito ao cidadão, que paga seus impostos para ter o serviço público adequado e acaba financiando cabides de empregos para quitar dívidas de campanha.

“O prefeito não tem dinheiro para dar o gatilho aos servidores, não tem dinheiro para oferecer um serviço de saúde menos ineficiente, mas tem dinheiro para contratar 213 apadrinhados em cargos de confiança para weatender interesses particulares e conchavos de campanha”, analisou.

Prefeitura

Em nota a Assessoria de Comunicação da prefeitura informou que “foi chamado o primeiro médico da lista do processo seletivo, mas ele não compareceu. O segundo foi chamado e espera o prazo legal para o próximo comparecer. A enfermeira encaminha as demandas para as unidades mais próximas”.