Em Divinópolis, gasolina, diesel e álcool estão se esgotando; Greve dos caminhoneiros também prejudica outros serviços, como os Correios
Marcelo Lopes
Os protestos realizados por caminhoneiros nas principais estradas do estado já está no terceiro dia de paralisação. As manifestações são contra os constantes reajustes feitos nas tarifas dos combustíveis, que faz parte de uma política adotada pela Petrobrás, desde julho de 2017.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o movimento continua. Os motoristas protestam, de forma pacífica, no acostamento das estradas na região do quilômetro 132 da MG-050. Já na BR-381, em Oliveira, há uma interdição causada pelos protestos no alto do quilômetro 617.
Situação de abastecimento
Com o andamento das manifestações dos caminhoneiros, a situação nos postos de combustíveis começa a se agravar em Divinópolis nesta quarta-feira (23). Luciano Pereira, gerente de um estabelecimento, disse ao PORTAL que gasolina, diesel e álcool se esgotaram no fim da manhã.
“Já acabou, infelizmente, zerou mesmo todos os combustíveis. Deve ter acabado na cidade inteira e de certa forma, fomos os últimos a terminar. Muita gente relatou que já tinha passado em outros postos e visto que também não tinha mais, então não tem previsão de voltar. Depende da paralisação mesmo”, disse.
De acordo com Luciano, havia filas enormes para procurar combustíveis disponíveis. Em um outro estabelecimento da mesma rede, no bairro Niterói, ele relatou que ainda há diesel, em uma quantidade que até o momento, dá para atender a clientela.
“Eu tive que ir nas filas, solicitando o pessoal desde manhã, que talvez já não ia chegar mais a tempo e infelizmente agora é só na hora que voltar mesmo. Toda hora tem muita procura, mas não tem mais”, declarou.
Zé Luís, proprietário de um posto na região central, disse que também já não tem mais combustíveis no estoque. Devido a situação, o comerciante terá que fechar o estabelecimento mais cedo.
“O diesel foi o último a acabar. Procura tá bastante. Sempre entram quatro, cinco carros de uma vez. De todo jeito tenho que pagar meus empregados, devido a limpeza, estão reformando o posto também. Então vamos ficar abertos para isso somente, pois não tem nada para vender, então só quando voltar. Estamos em uma incógnita”, falou.
Uma funcionária de um posto, também no Centro, disse que já estava esgotado desde às 7h30 da manhã, mas ainda há um pouco nos outros estabelecimentos da mesma rede.
“Nos outros dois postos que a gente tem, temos um pouco de óleo diesel, mas é muita pouca coisa. Aqui chegou até a gerar fila, mas já não tínhamos mais combustíveis”, explicou.
A situação também prejudica outros setores, inclusive os Correios. Em nota divulgada pela empresa, se diz que toda a logística no país está sendo prejudicada pela paralisação, que tem gerado forte impacto nas operações da companhia. Com isso, as postagens de encomendas nos serviços Sedex 10, 12 e Hoje, estão suspensas. Também haverá o acréscimo de dias no prazo de entrega do Sedex e PAC, bem como das correspondências enquanto a greve estiver em andamento.
“Os Correios estão acompanhando os índices operacionais de qualidade de toda essa cadeia logística e, tão logo a situação do tráfego nas rodovias retorne à normalidade, a empresa reforçará os processos operacionais para minimizar os impactos à população”, finalizou a empresa.
Petrobrás
Nesta quarta (23), a Petrobrás anunciou que irá reduzir, pelo segundo dia consecutivo, os preços do diesel e da gasolina nas refinarias a partir desta quinta (24), após realizar reuniões devido aos protestos feitos pelos caminhoneiros.
De acordo com a empresa, o diesel foi reduzido acomuladamente em 2,67%. Já a gasolina, foi diminuída em 2,69%.
Entretanto, ainda não foi divulgada a suspensão da paralisação. Inicialmente, os representantes de sindicato pretendem manter até sexta-feira (25).
