Rede de Posto recebeu o prazo de 48 horas para apresentar documentos comprovando custo que justifique aumento do combustível

Amanda Quintiliano 

A rede de postos Xavante foi notificada, nesta segunda-feira (28), pelo PROCON Estadual. Conforme antecipado com exclusividade pelo PORTAL, os estabelecimentos que estavam praticando valores acima do normal seriam alvos de fiscalização pelo Ministério Público. 

De acordo com o promotor Sérgio Gildin, as duas unidades do posto não apresentaram documentos que comprovassem o valor praticado, de quase R$1 acima do preço da semana passada. Foi dado o prazo de 48 horas para que as notas fiscais e demais comprovantes sejam devidamente apresentados.

Ainda segundo o promotor, foi realizada análise do etanol e, inicialmente, não foi encontrada nenhuma inconformidade. Mesmo assim, uma amostra foi colhida e será encaminhada para o Laboratório da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), como procedimento normal.

Um procedimento administrativo foi instaurado.

Nas redes sociais, o advogado da empresa, Caio Martins disse que foram apresentadas despesas jurídicas, logísticas, técnicas, laudos jurídicos. Afirmou ainda que não foram encontradas irregularidades no produto comercializado.

“Ainda como forma de ratificar a transparência do Grupo, os órgão de proteção ao consumidor estão aptos a apurar qualquer irregularidade, e nós dispostos a cumprir qualquer determinação legal e/ou recomendação”, postou.

Os postos não foram interditados e podem funcionar normalmente.

Dados

De acordo com levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no período de 20 a 26 de maio o valor médio do etanol, em Divinópolis, era de R$3,072. O valor mínimo praticado na cidade era de R$2,959 e o máximo de R$3,357.

Já o preço médio da gasolina, no mesmo período, era de R$4,687. O mínimo era de R$4,457 e o máximo de R$4,849, nos postos fiscalizados.

Nesta segunda-feira (28) alguns postos chegaram a praticar valor de R$3,89, justificando custo com escolta e também advogado.

De acordo com levantamento feito pelo PORTAL, o custo da escolta ocorre, geralmente, por quilometragem. Segundo uma empresa consultada pela reportagem, eles não costumam saber qual a carga é transportada já que o seguro é feito diretamente entre o cliente e a seguradora.

Para se ter ideia, um ônibus especial de Divinópolis para São Paulo chega a pagar em média R$1,2 mil.

Uma outra empresa de escolta consultada pelo PORTAL, de Belo Horizonte, passou orçamento de R$1,9 mil para 15 horas de trabalho e R$100 por hora excedente. Segundo a empresa, o valor é um pouco mais alto, pois ela teria que sair de Belo Horizonte, ir até o destino, voltar para Divinópolis e depois seguir para Belo Horizonte. O orçamento foi feito para veículo de transporte de combustível.