Algumas áreas do prédio, como está, estão praticamente concluídas (Foto: Rodrigo Dias/PMD)

Amanda Quintiliano

Com a afirmação do secretário adjunto de Estado de Saúde, Nalton Moreira de que a conclusão do Hospital Público não é prioridade, o presidente da Câmara de Divinópolis, vereador Adair Otaviano (PMDB) reagiu. Com números em mãos, ele disse que os esforços não podem ficar concentrados apenas no Hospital São João de Deus.

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA), segundo o peemedebista, atende cerca de 392 pacientes por dia. Desde total, 7,5% precisam ser internados e apenas 1,25% conseguem vagas no São João de Deus.

“A informação é que a unidade de pronto atendimento consegue internar no Hospital São João de Deus (HSJD) somente 22 pacientes por mês e eu tenho que escutar que a prioridade é o HSJD. Deveria ser o Hospital Público que já consumiu R$ 63 milhões e que irá atender principalmente os divinopolitanos”, afirmou durante a reunião da Câmara da semana passada.

“Nossos cidadãos saem de Divinópolis e vão morrer em outras cidades”, disparou.

Divisão

O Hospital São João de Deus atende os 55 municípios que compõem a macrorregião Oeste. A expectativa é de que o Hospital Público também atenda as mesmas cidades, já que será regional.

Para Adair, com a criação de mais leitos pelo Hospital Público, mais pacientes da cidade poderão ser encaminhados para a unidade, sem depender de vagas em unidades de saúde das cidades vizinhas.

“Temos que brigar para priorizar a construção do Hospital Regional que vai atender Divinópolis sem essas burocracias”, enfatizou, acrescentando que o São João de Deus está virando “máquina de fazer dinheiro” com cirurgias oncológicas de R$2 mil a R$4 mil e outras ortopédicas de R$8 mil, R$9 mil.

“Está virando uma máquina de fazer dinheiro e não para servir os cidadãos que precisam de saúde pública”.

Conclusão

Apesar do grito de Adair em prol da conclusão da obra, ela está cada vez mais distante.  Devido à situação de calamidade financeira, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) não recebe recursos suficientes para a garantia do atendimento pleno em Minas Gerais e, assim, estão sendo priorizados os repasses para a atenção básica e para os serviços de urgência, o que não inclui a finalização da unidade.

Dois convênios foram firmados para a construção do hospital, o 230/2009 ((R$ 36 milhões) e 116/2013 (R$ 42,9 milhões). A Prefeitura ficou responsável pela licitação, contratação e administração da obra até sua finalização. O governo estadual, por sua vez, se comprometeu a realizar repasses.

Tais repasses já somam, até o momento, R$ 61,8 milhões, dentre os quais R$ 2 milhões repassados em fevereiro de 2016 e R$ 2 milhões em maio de 2016.  O segundo convênio – 116/2013 tem vigência até 02 de março de 2018. Ele tem saldo na ordem de R$ 14 milhões.

Ainda são necessários mais de R$ 20 milhões para a última etapa da obra, em fase de licitação. Além disso é necessário dinheiro para equipa-lo e definir a forma de gestão. A proposta é transforma-lo em Hospital Escola por meio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).