Em nota ele tenta desarmar embasamento de Sargento Elton, mas não menciona indiciamento pelo MP em investigação de mesmo teor

Em nota divulgada, nesta sexta-feira (07), pela assessoria de comunicação da Prefeitura de Divinópolis, o prefeito, Galileu Machado (MDB) classificou a Denúncia de Infração Político Administrativa – similar ao pedido de impeachment – como “ódio”. Ele foi protocolado nesta quinta (06) pelo vereador Sargento Elton (Patriota).

Ele abre a nota dizendo que, com a com confirmação da proposição apresentada, “resta buscar uma explicação plausível para tamanho ódio disparado contra a vontade de cerca de 60 mil divinopolitanos que elegeram, democraticamente, os destinos de nossa cidade”.

“Sim, o termo empregado aqui se justificaria porque não há outra explicação plausível para tanto ‘sangue nos olhos’ ao se vislumbrar a luta permanente da atual Administração Municipal em busca de uma solução para a gravidade enfrentada hoje pelo Município”.

Mais uma vez ele voltou a se agarrar a crise financeira para justificar os problemas enfrentados pelo município. Se esquivo da responsabilidade da falta de recursos.

“É importante destacar que a realidade hoje dos municípios mineiros é de penúria e calamidade financeira, causada não por nós atuais gestores, mas pela política irresponsável do Governo do Estado”.

Afirmou que apesar do trabalho em busca de soluções se deparou com o que chamou de “descabido pedido de impeachment”.

Galileu ainda tratou o impeachment como uma velada campanha eleitoral com vista a 2019.

“O que se espera de um vereador já em metade de seu mandato é que o mesmo tenha o mínimo de discernimento e de entendimento administrativo. Qualquer outra posição só pode ser entendida como despreparo ou tentativa de se usar o povo como massa de manobra com vistas a um processo eleitoral que ainda está distante.”

Desarmando as justificativas

O prefeito, na nota, ainda ataca as “peças publicitárias” disparadas pelo vereador nas redes sociais. Atribuiu a “buracada” à pavimentação asfáltica antiga e disse que muitos asfaltos foi feito por ele em mandatos anteriores”.

Sobre a operação tartaruga da UPA afirmou que “talvez o vereador ainda não saiba, esta já foi encerrada com a quitação de parte dos salários dos médicos e o reconhecimento coletivo de que a administração vem se desdobrando na busca de uma solução definitiva para o problema”.

“Sobre a greve dos professores, mais uma vez o Vereador se mostra desinformado. Talvez por achar que tão sério e justo movimento reivindicatório dos servidores se resuma em tentar transformar uma sessão legislativa ao vivo pela TV em palanque político”.

Afirmou que “a greve chegou ao fim graças aos interessados em resolver o problema e não por causa daqueles que queriam usa-la como campanha eleitoral”.

CPI dos áudios

Galileu ainda enfatiza que “ao usar termos como apadrinhamento, trocas e favorecimento, o vereador esquece que tal tema foi debatido em uma CPI pela própria câmara”.

“Não teria sido essa a tribuna para que o senhor fizesse tais colocações. Ora, por que não o fez? E agora tentar requentar um assunto já tratado pelos seus próprios colegas, inclusive com votação de relatório em plenário. Qual a conclusão dos seus colegas, senhor Vereador?”, indaga.

Apesar de citar indiretamente o relatório da CPI dos Áudios, na nota, o prefeito não abordou o indiciamento dele e de outras pessoas envolvidas no mesmo esquema investigado pela câmara. Para a promotoria houve irregularidades. O relatório final ainda não foi publicado pela comissão.

“Feitas as colocações sobre a argumentação apresentada como justificativas nas peças publicitárias, fica o principal questionamento: por que publicamente o senhor vereador Elton usou esses argumentos, mas na hora de efetivar sua justificativa de solicitação de pedido de impeachment ele não usou as mesmas tratativas? Apesar dele não ter tornado pública tal peça, é bom destacar para os mais desavisados que a justificativa do pedido novamente apresentada tem como base a já derrotada tese de nomeações da frustrada tentativa de meados deste ano, derrotada em plenário. Ou seja, para a população uma versão. Na justificativa a tentativa de se requentar fatos já esclarecidos pela própria Câmara”, afirma em nota, sem citar mais uma vez o indiciamento pelo mesmo esquema.

Reações

Em nota, o prefeito ainda afirma que o que “se tenta é, por cisma ou interesse outro, tomar um homem de bem e força-lo, mediante a força a confessar algo que ele não fez”.

“E nessa descabida e brutal investida, feri-lo tão gravemente que ele não possa mais andar. Só depois de desmedida ação se prova a inocência. Mas o ferimento não se reverte mais. Tal metáfora resume o sentimento da sociedade, alerta e que não tolera abusos e mentiras”.

“Diante do exposto, resta apenas ressaltar que se espera do homem público o compromisso com a seriedade, a verdade e os princípios que norteiam o bem comum. Qualquer outro propósito não pode condizer com o que merece o povo de Divinópolis”, finaliza.

Leia a nota na íntegra clicando aqui.