Amanda Quintiliano

 

O governo iniciou o ano com o apoio de 14 vereadores. 11 meses depois, a base está desfalcada na Câmara de Divinópolis. Outros cinco parlamentares romperam o namoro, e um já se declarou decepcionado com a atual gestão. Um cenário classificado pelo prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) como momentâneo e possível de ser revertido.

 

Apesar de considerar os rompimentos parte da conjuntura política, subliminarmente ele sinaliza que os motivos podem estar ligados a desmotivações e insatisfações. O tucano diz acreditar numa reviravolta no próximo ano, quando projetos deverão deixar o papel.

 

“Em 2014, se Deus quiser, não com o desenho adequado, mas já com algumas colheitas de alguns frutos que estamos cuidando, principalmente no segundo semestre, creio que tudo isso vai refletir numa melhoria com a relação com a Câmara”, comentou.

 

Citando Magalhães Pinto, Vladimir disse que “política é como nuvem, você olha ela está de um jeito, olha novamente e ela já mudou” e por isso acredita que conseguirá reverter o cenário.

 

“Temos que estar atentos a uma construção, nunca procurei tutelar a câmara, sempre mantemos uma relação de respeito, uma independência em busca de harmonia, de consolidação para fazer com que os mandatos se encontrem para fazer o bem comum”, salientou, tratando a mudança de cenário também como “inquietação”.

 

“Essa movimentação de partido trouxe essa inquietação, mas vamos buscar sempre através do diálogo a melhoria do serviço público, do avanço. A relação pessoal continua boa, é mesmo uma questão de conjuntura e vamos reverter”, considerou.

 

Reclamações

 

Os vereadores alegam que o governo se trancou e não abre espaço para as demandas deles. Vladimir rebate a afirmação e diz tratar com prioridade os encontros com os parlamentares.

 

“Da nossa parte não há esse entendimento, todos que demandam agenda tem prioridade na minha agenda, seja por atendimento individual ou por bancada, então pode haver maus entendidos, falta de comunicação, mas que são questões superáveis”, completou.

 

Oposição

 

No início, a oposição contava apenas com as vozes de Adair Otaviano e Hilton de Aguiar, ambos do PMDB, e de Edimilson Andrade (PT). Logo na primeira semana, Anderson Saleme (PR) também se declarou oposicionista. Recentemente a “bancada” ficou mais forte com a migração de Edmar Félix, Careca da Água Mineral e Marquinho Clementino para o PROS. A legenda ainda não confirmou se deixará a base.

 

Delano Santiago (PRTB) e Eduardo Print Jr (Solidariedade) também já engrossaram o tom contra o governo.