Amanda Quintiliano
O prefeito de Divinópolis, Galileu Machado (PMDB) determinou um estudo para avaliar o impacto do gatilho salarial na folha de pagamento nesta terça-feira (28). O pedido ocorreu durante reunião com vereadores , com a comissão de servidores municipais, nomeada para negociar as reivindicações da campanha salarial, e com representantes do Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram).
O estudo deverá apontar as condições dos cofres do município para conceder o benefício previsto em lei. Pela norma, os 7,86% relativo ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pela Fundação Ipead, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) devem ser aplicados no próximo quinto dia útil.
A categoria ainda quer os 4,27% de perdas referentes ao ano passado que não foram concedidos pelo então prefeito, Vladimir Azevedo (PSDB).
“O prefeito recebeu os sindicalistas, recebeu as propostas e ficou de estudar. Ele irá marcar uma reunião para os próximos dias com as equipes financeiras e jurídicas. Esperamos que haja sensibilização por parte do prefeito e equipe técnica, como dos sindicalistas para que a população não fique prejudicada em caso de greve”, comentou o vereador Marcos Vinícius (PROS) que participou da reunião.
O clima, a princípio, é de cordialidade, afirma o vereador. Mas, há, segundo ele, apontamentos preocupantes.
“Já há informação de que a situação financeira não vai permitir a concessão de percentuais que são aqueles pretendidos pelo sindicato. Vamos ter que esperar um pouquinho mais para a apresentação dos números”, enfatizou.
O parlamentar disse que o sindicato já se posicionou que não vai aceitar que o gatilho seja descumprido.
“Então o prefeito vai ter que encontrar formas de honrar o gatilho que é uma lei. E não se fala em encaminhar projeto revogando a lei oficialmente”, pondera.
Calamidade financeira
A situação de calamidade financeira decretada no final do ano passado pelo ex-prefeito deverá ser prorrogada na próxima semana, segundo Marcos Vinícius. A informação também foi repassada pelo presidente da Câmara, Adair Otaviano (PMDB) nesta terça-feira (28).
Isso pode fragilizar ainda mais a concessão do gatilho salarial. Em novembro de 2016, quando houve a publicação do decreto, o então prefeito apontava déficit de R$ 30 milhões e revelou que a folha de pagamento cresceu 112,75% em oito anos enquanto a inflação ficou em 64,48%.
A assessoria de comunicação da prefeitura disse que ainda não há nada concreto sobre o gatilho e nem em relação à calamidade financeira.