Representantes de comércios de bebida alcoólica se reuniram com Gleidson nesta sexta-feira (08); Mandado de segurança coletivo foi descartado

Representantes de estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas decidiram acatar o decreto municipal que proíbe a venda em Divinópolis entre esta sexta-feira (08/01) e domingo (10/01). A decisão foi tomada após o prefeito Gleidson Azevedo (PSC) ter dito que “nunca mais” fará essa restrição. A declaração, segundo o presidente do Sindicato do Comércio ((SinComércio), Gilson Amaral, foi feita em reunião na manhã de hoje no Centro Administrativo.

Antes, proprietários levantaram a possibilidade de entrar com um mandado de segurança para derrubar a determinação.

“Fizemos alguns questionamentos para o prefeito e procuradores. Qual era a fundamentação legal para esse decreto? Até então não tínhamos encontrado um embasamento para que ele pudesse se sustentar. Mercadoria lícita que pode ser vendida em todo o território, porque não em Divinópolis? O respeito que deve se ter a liberdade individual das pessoas, o que está resguardado na constituição”, conta Amaral.

Segundo presidente, as perguntas ficaram sem respostas.

“Não obtivemos nenhuma dessas respostas, até porque não existem, pelo menos no nosso ponto de vista”, completa.

Divinópolis tem cerca de dois mil pontos de vendas entre supermercados, mercearias, bares, restaurantes, lojas de conveniência dentre outros estabelecimentos que comercializam os produtos. Após a reunião, os representantes que participaram do encontro, se reuniram e decidiram não acionar a justiça.

“Resolvemos colaborar com o prefeito nesta primeira semana de mandato, vamos cumprir para colaborar. A intenção dele é a preservação da vida, evitar aglomeração e tudo mais. A entidade não vai entrar de forma coletiva”, afirma.

Conforme apurado pela reportagem do PORTAL GERAIS, uma rede de supermercado teria manifestado que iria entrar com mandado de segurança individual. Tentamos contato com a diretoria da rede, porém não conseguimos falar com os responsáveis. Em contato com uma das lojas, foi informado que até então a venda está suspensa até domingo (10/01).

“Nunca mais”

A partir de segunda-feira (11/01) as vendas estão liberadas. Com o município a um ponto de migrar para a onda vermelha, o presidente do sindicato diz que, confiando na palavra do prefeito, acredita que a suspensão das vendas de bebidas alcoólicas não deverá ser repetir.

“Ele usou o termo que nunca mais fará isso, estamos acreditando na palavra dele. Baseado na palavra, demos esse voto de credibilidade”, ressalta.

Corre-corre

A notícia da suspensão provocou corre-corre nas lojas nesta quinta-feira (07/01).

“Aconteceu um tumulto nas lojas, as pessoas anteciparam as compras. Tenho informação, que a loja do BH em Carmo do Cajuru está vendendo um volume muito alto”, conta.

Um dos receios dos representantes de estabelecimentos é de que a suspensão provocasse o comércio ilícito.

“Nossa preocupação é com a possibilidade de tornar o que era um comércio lícito em uma rede de venda paralela, buscando em cidades vizinhas vendendo de outras formas, no carro, na garagem de casa”, cita.

Gilson Amaral ainda defendeu o livre arbítrio.

“O trabalhador já tem todas as restrições, se ele não tiver direito de chegar em casa depois de uma semana de trabalho, ele, a esposa, assar uma carninha, beber uma cerveja, vai criar uma animosidade”, finalizou.