prefeito irmão do cleitinho
O prefeito disse que os áudios estão editados e fora do contexto (Foto: Reprodução Redes Sociais)

Gleidson Azevedo diz que gravações estão fora de contexto e pediu que MP o investigue; Lei ampliou altura de prédios e empresa adotou canteiro da Goiás

O prefeito Divinópolis Gleidson Azevedo (Novo), como de praxe, gravou um vídeo para se defender após áudios vazarem mostrando suposto envolvimento dele em esquema de corrupção. Dizendo que “quem não deve não teme”, o prefeito irmão de Cleitinho, afirmou ter protocolado no Ministério Público documento com o extrato bancário desde o dia em que assumiu a prefeitura e pedindo também a quebra de sigilo telefônico e bancário dele.

“Acabei de protocolar um documento pedindo ao Ministério Público para me investigar. Não só o Ministério Público em âmbito municipal, estadual, Polícia Federal, porque quem não deve, não teme. Deixei todo o meu extrato bancário desde o dia que assumi a prefeitura em 2021. Pedi para quebrar meu sigilo bancário e telefônico”, afirmou.

O também irmão do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) alega áudios editados e tirados de contexto. Nas gravações, ele direciona a conversa ao empresário Nicácio Diegues Júnior, um dos investigados na operação Gola Alva que apura pagamento de propina para aprovação de projeto de alteração de zoneamento. Ele ainda diz estar com um dos vereadores afastados judicialmente Rodrigo Kaboja.

Portanto, os áudios seriam anteriores a operação desencadeada pelo MP em maio deste ano. Eles integram o processo de investigação que correm em sigilo.

“Covarde”

“Este final de semana, rodaram alguns áudios meu de uma forma covarde. Tinha áudio editado, fora de contexto, uma covardia o que estão querendo fazer comigo”, declarou o prefeito, dizendo ainda que mesmo assim, não há má conduta por parte dele.

“Má conduta, por exemplo, é você estar 24 horas para a população, como eu sempre faço, respondendo a população, empresário? Má conduta é pedir empresário para adotar um “carçamento”, um canteiro. Já foram quase 200 adote um bem público, é porque aqui é honesto, trabalhador, trabalha pelo povo. Isso passa credibilidade para o empresário. Por isso que eles adotam, para dar qualidade de vida para o divinopolitano”, afirmou no vídeo.

Ele ainda relembra que a denúncia que resultou na operação Gola Alva partiu dele.

Lei e canteiro

Embora o prefeito alegue que não há má conduta, os vereadores aprovaram em maio de 2021 um projeto de lei que ampliou a altura das edificações das áreas classificadas como zona comercial 2, passando de 6 para 8 andares. Em um dos áudios, ele fala em agilizar projetos para o empresário construir “600 andares”.

Entre a aprovação do projeto e a promulgação da lei, Kaboja anunciou a adoção do canteiro da rotatória da Rua Goiás, de acesso ao bairro São Roque pelo Auto Posto Zap – que tem entre os sócios, Nicácio.

O projeto partiu de Kaboja e do vereador Eduardo Print Jr – também investigado pelo MP. O prefeito vetou. Os parlamentares derrubaram e, automaticamente, o presidente promulgou a lei.

Com o passar do tempo, Azevedo parou de vetar as matérias de alteração de zoneamento, deixando o prazo legal esgotar. Desta forma, automaticamente, cabia ao presidente da câmara promulgar a lei. O prefeito alegou que, mesmo ventando, o veto era derrubado pelos parlamentares.