Prefeito diz estar disposto a participar da gestão compartilhada desde que o Estado não transfira mais responsabilidades para o município (Foto: Liziane Ricardo/CMD)
Prefeito diz estar disposto a participar da gestão compartilhada desde que o Estado não transfira mais responsabilidades para o município (Foto: Liziane Ricardo/CMD)

A afirmação foi em entrevista durante a Audiência Pública de Saúde (Foto: Liziane Ricardo/CMD)

A proposta de gestão para o Hospital São João de Deus (HSJD) apresentada pela Secretaria de Estado de Saúde (SUS) é muito vaga. Sem detalhar o que seria a administração compartilhada, o Ministério Público pediu esclarecimentos e o prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) seguiu a mesma linha. O tucano diz ser necessário “entender bem” este modelo para que não seja apenas uma transferência de novas responsabilidades para o município.

De forma enfática, Azevedo afirmou que não aceitará mais atribuições se o Estado não participar de forma ativa, principalmente, financeiramente.

“Temos que entender primeiro o que é essa co-gestão, principalmente no quesito financeiro, para que não transfiram responsabilidades que são deles para nós. Hoje colocamos 30% em saúde, eles colocam próximo de 12%, e a União menos de 7% [orçamento]. Querendo chamar de co-gestão, tirando responsabilidade deles colocando ainda mais em cima da gente, isso não vamos aceitar. Se for uma co-gestão de dividir as atribuições para salvar o hospital estamos abertos, como sempre estivemos e sempre estaremos”, afirmou em entrevista durante audiência pública realizada na terça-feira (26).

Cobrança

Vladimir ainda cobrou a revisão da dívida do hospital com a Caixa Econômica Federal (CEF). Hoje a prestação consome R$ 800 mil da receita do São João de Deus todos os meses. O valor é referente ao parcelamento do débito de R$ 45 milhões. Uma sugestão, segundo ele, seria reduzir os juros e dar uma carência de seis a 12 meses para as parcelas começarem a serem pagas.

“Enquanto a gente vê o BNDS financiar instituições com juros menores, de 6% ao ano, indo pra Cuba, Venezuela, para projetos de Eike Batista, uma filantrópica que faz serviço de saúde precisa pagar juros de 1,5% ao ano”, criticou.

Azevedo ainda destacou que o pagamento de programas de incentivo, como Rede Cegonha, e até a implantação da Sala Vermelha, poderiam ajudar a equilibrar as contas do hospital. Os incentivos foram anunciados pelo Estado e União, mas não foram pagos.