Gestores alegaram que municípios seriam solidários as despesas mesmo sem encaminharem pacientes para a unidade
Por apenas um voto de diferença o CIS-URG não deverá assumir a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis. A votação foi realizada nesta sexta-feira (09), na Fiemg – regional Centro-Oeste, durante assembleia dos prefeitos e gestores de saúde.
Dos presentes, 14 foram a favor e 15 contrários. Também houve duas abstenções. Uma das justificativas é que não haveria contrapartida para os demais municípios que compõem o consórcio.
A UPA atende pacientes de Divinópolis, Carmo do Cajuru, São Gonçalo do Pará e São Sebastião do Oeste.
Outra alegação era o risco dos municípios terem de assumir eventuais custos caso a Prefeitura de Divinópolis deixasse de pagar em algum mês. Para alguns prefeitos eles seriam “solidários às despesas”, mesmo sem encaminharem pacientes para a unidade.
Conselho de Saúde
O presidente do Conselho de Saúde de Divinópolis, Warlon Elias disse que não há nada contra o consórcio. Entretanto fez a ressalva sobre a transferência de servidores cedidos pelo município para unidades básicas.
“Para Divinópolis é vantagem o CIS-URG assumi. O que vejo como desvantagem é tirar os servidores da UPA que estão lá há anos para reduzir custo e ampliar a abrangência da atenção primária”, argumentou citando a experiência e a perda de qualidade no atendimento.
Eles ainda teriam redução e aproximadamente 50% da remuneração.
Edital de licitação
Ao PORTAL a assessoria de comunicação informou que a Secretaria Municipal de Saúde irá publicar edital para a contratação de uma empresa. Detalhes não foram divulgados.
A reportagem tentou contato com representantes do CIS-URG, mas ninguém foi encontrado para comentar sobre o assunto.
Santa Casa de Formiga
Um dia antes da assembleia a direção da Santa Casa de Caridade de Formiga – atual gestora da UPA, emitiu nota informando que tomou conhecimento pela imprensa da possibilidade do CIS-URG assumir a unidade.
“Como está à frente da unidade há quase quatro anos, a Santa Casa se sente no dever de esclarecer à sociedade que não se opõe à rescisão do contrato de gestão compartilhada da UPA repassando-a ao referido Consórcio, desde que resguardados os seus direitos”.
Em nota ela ainda afirmou que há mais de três anos busca a referida rescisão, inclusive com discussão judicial distribuída perante a Vara da Fazenda Pública de Divinópolis e em tramitação.
“Apesar dos constantes atrasos no repasse mensal do custeio da UPA Padre Roberto e efetivo descumprimento contratual pelo município de Divinópolis, a Santa Casa reitera seu compromisso com a sociedade divinopolitana em prestar um serviço de qualidade e humanitário aos assistidos”.