Os servidores municipais de Divinópolis voltaram atrás e resolveram participar da reunião com o Conselho de Acompanhamento Administrativo Financeiro (CAAF) na manhã desta sexta-feira (01) e com a comissão de vereadores. Entretanto, o resultado não foi o esperado nem por parte da categoria e nem pelo município.
Por meio de nota a prefeitura alegou que não houve flexibilidade da pauta de reivindicação. Já o Sintram diz que participou da reunião apenas como ouvinte, pois a condição para negociar era a presença do prefeito, Vladimir Azevedo (PSDB). A participação dos servidores foi definida na manhã de hoje pela comissão de greve.
“Participamos apenas como ouvintes e ficou pré-agendada uma reunião na segunda-feira com a presença do prefeito”, afirmou a presidente do Sintram, Luciana Santos.
Ainda segundo a nota emitida pela Prefeitura, os servidores pediram 20% de reajuste, sendo 12% de reposição de inflação e 8% de aumento real, além de 200% de aumento no ticket refeição. Segundo o CAAF, isso geraria impacto de R$ 50 milhões na folha de pagamento. Em nota, o município também disse que, sem flexibilidade, irá acionar a justiça para barrar a greve.
“A Administração Municipal ratifica sua postura democrática e de respeito às reivindicações dos servidores, mas diante da inflexibilidade e manutenção da greve, não vê alternativa senão buscar a garantia do direito da população de acesso aos serviços públicos, através de medidas judiciais. Esta iniciativa, no entanto, não inviabiliza a manutenção do diálogo junto aos movimentos reivindicatórios”, afirmou.
A presidente do Sintram disse que a greve está dentro da legalidade seguindo tudo o que está previsto em lei. Afirmou ainda que é um direito da administração acionar a justiça. Luciana também mencionou que 30% dos serviços essenciais, como saúde, estão sendo mantidos.
Já o vereador Marcos Vinícius (PROS), representando a comissão, afirmou que estão sendo usadas duas linguagens, pois em momento nenhum a administração levantou a possibilidade de acionar a justiça durante a reunião.
“Este seria o caminho da ruptura, do extremo, porque o que ficou acordado é que o CAAF e o Sintram irão estudar contrapropostas para serem apresentadas na segunda-feira ao prefeito”, disse.
Também participaram da reunião os vereadores Careca da Água Mineral (PROS), Adilson Quadros (PSDB), Piriquito Beleza (Solidariedade), Edmar Rodrigues (PSD), Rodrigo Kaboja (PSL),a servidora da Saúde, Lucélia Oliveira e o servidor da Secretaria de Trânsito e Transportes, Ronaldo Alves.
Bolo
O movimento começou nesta sexta-feira (01) com a concentração na porta da policlínica. De lá eles foram em caminhada até a prefeitura. Pela manhã eles aguardaram os encaminhamentos da reunião e a tarde levaram um bolo para cantar parabéns de forma simbólica ao dia da mentira. A paralisação completou cinco dias hoje.
Na segunda-feira (04) a greve continuará, entretanto ganhará o reforço dos servidores da educação. A categoria aprovou a paralisação durante a assembleia realizada na noite desta quinta-feira (31) na porta da Câmara Municipal.