Amanda Quintiliano
As declarações do vereador de Divinópolis, Cleitinho Azevedo (PPS) em relação ao repasse de verba pública para DivinaExpo gerou mal-estar na base do governo. Os parlamentares Edson Sousa e Adair Otaviano, ambos do PMDB saíram em defesa do patrocínio de R$ 220 mil para franquear a bilheteria do dia 04 de junho. Os dois citaram a tradição.
Edson tentou desmoralizar Cleitinho, que não ficou por baixo e rebateu a altura. O peemedebista dono de quatro mandatos disse que o novato precisava estudar mais para conhecer o histórico da casa. Pontuou que este repasse se repete há 50 anos e que já houve valores bem maiores.
Em um breve histórico, o vereador citou os repasses desde o último mandato de Galileu, na época de R$ 24,8 mil. Quando o ex-prefeito Demétrius Pereira assumiu a média passou para R$ 75 mil a cada ano e nos mandatos de Vladimir Azevedo (PSDB) foram praticados valores entre R$ 135 mil a R$ 320 mil.
“Não estou entendendo este alarde. Quem está chegando agora precisa estudar a história”, enfatizou Edson, chamando o debate de “sanfona velha”.
Desafiou
Cleitinho rebateu e disse que a “sanfona velha” continua apenas porque o vereador não tinha feito o “dever de casa” e deixou para que ele fizesse.
“Quatro mandatos e o senhor devia ter arrumado a sanfona velha e não deixado para eu fazer. Não sou contra o evento. Não estou falando que tem que tirar. Estou falando que é incorreto dar dinheiro para evento privado”, se defendeu.
O vereador novato defendeu mudança. Disse que o valor de R$ 220 mil deveria ser dividido para que outros eventos culturais e esportivos pudessem ser realizados.
“Quero que o bolo seja dividido. Tem que ter é mais evento para a população. Acho que tem que mudar”, sugeriu.
O parlamentar voltou a questionar o valor do patrocínio. Desafiou Edson a provar que o cachê do show de Humberto e Ronaldo é de R$ 220 mil. Ele ainda falou que a história de dizer que parte do dinheiro é para palco, segurança, não convence.
“Quem entende de evento, quando faz, sabe que o palco contratado é montado para os dias todos, segurança é assim […]Não estou aqui para fazer papel de idiota não. Esfrega na minha cara que o show é R$ 200 mil”, desafiou e completou.
“O cidadão chega lá e ainda precisa pagar R$ 2 para o banheiro, tem que pagar estacionamento. Não estou contra o Galileu essa “sanfona velha” está aí há muito tempo”.
Defesa
Adair também saiu em defesa da festa. Disse que, mesmo num momento de crise, é preciso proporcionar entretenimento aos cidadãos.
“A festa é realizada desde 1955 e desde então há participação da prefeitura. É cultura dos divinopolitanos irem a festa desde então. Mesmo que estejamos em dificuldade precisamos de um momento de distração também. E o rodeio é um desses momentos. Quero ir mais longe. Há 32 anos a prefeitura paga os shows de Primeiro de Junho. Desde a época de Aristides Salgado”, pontuou acrescentando não ter interesse de defender empresários.
Valores
O Sindicato Rural alegou que dos R$ 220 mil parte é para o cachê do show, de R$ 80 mil e o restante é para a estrutura da festa, como final do rodeio, brigadistas, segurança, portaria.