Secretário disse que a companhia concordou em operar normalmente entre segunda e quarta; Reunião desta segunda-feira deverá ser definitiva sobre o destino do aeroporto

Amanda Quintiliano

A Azul deve operar normalmente entre esta segunda (02) e terça-feira (03) em Divinópolis. A informação foi repassada ao PORTAL, neste sábado (31), pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, José Alonso. Uma reunião esta marcada nesta segunda, como antecipado pelo PORTAL, com representantes dos setores e a partir dela, a empresa gestora do Aeroporto Brigadeiro Cabral e a Azul devem decidir se continuarão ou não operando na cidade.

Segundo Alonso, o município irá quitar parte do débito com a Socicam. Devem ser liberados quase R$1 milhão. A dívida já ultrapassa R$2,6 milhões. Parte do valor foi parcelado. Entretanto, sem dar muitos detalhes, o secretário antecipou que há outro “compromisso grande” com a gestora em maio.

Alonso também antecipou que a solução para manter os voos da Azul está condicionada a liberação de um recurso prometido por um “político”. No entanto, ele não quis falar em números e nem em nomes.

Empresáriosestão participando das discussões. O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Afonso Gonzaga – regional Centro-Oeste, também irá participar do encontro de segunda.

Uma reunião está marcada para esta quinta-feira (05) com a Infraero.

Suspensão

A suspensão dos voos Divinópolis/Campinas e vice versa foi anunciado com exclusividade pelo PORTAL nesta sexta-feira (30). A informação foi confirmada pela própria companhia por nota.

“A Azul confirma a suspensão temporária de seus voos em Divinópolis. A decisão foi tomada por conta do impasse entre a prefeitura local e a administradora aeroportuária, que causa a suspensão de serviços essenciais à operação da empresa no aeroporto. A companhia ressalta que pretende retomar as operações tão logo os problemas sejam solucionados”, disse em nota.

Débitos

Prefeitura de Divinópolis emitiu nota nesta terça-feira (27) alertando sobre o risco. O débito entre o órgão e a Socicam chega a  R$ 2.664.000,00. Outro problema é a dívida acumulada dos locadores de hangares. Eles devem R$1,4 milhão, conforme informou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, José Alonso.

 “A quitação dessa dívida seria fundamental para amenizar essa situação”, salientou o secretário.

Dívida

A dívida entre a prefeitura e a empresa gestora foi herdada ainda do mandato anterior. O prefeito, Galileu Machado (MDB) citou a dívida do Estado com o município de R$62 milhões e afirmou que não irá sacrificar áreas essenciais, como saúde e educação, para quitar o valor devido a Socicam.

“É uma bola de neve. É preciso tratar esse problema de forma séria e honesta com a população. O Estado nos deve R$ 62 milhões. Desse total, R$ 50 milhões só com a Saúde. Só com procedimentos de custeio do Estado e que já foram realizados e pagos pela Prefeitura são R$ 18 milhões. Tem ainda os atrasos com o IPVA, ICMS e dinheiro para o transporte escolar. Não podemos sacrificar esses setores para manter o aeroporto”, resumiu o prefeito.

Solução

A Secretaria da Fazenda apresentou um estudo sobre as taxas cobradas junto aos permissionários. A proposta é de um reajuste no valor do aluguel dos hangares. Hoje, o valor cobrado é de R$ 5,37 o metro quadrado. O município busca também parcerias com os proprietários de aeronaves para minimizar os custos de funcionamento do aeroporto, dentro das possibilidades legais do setor de aviação.

Uma comissão será formada para buscar alternativas. Entre as ações previstas está o agendamento de um encontro entre os representantes do grupo e o Ministério Público Federal, que acompanha os assuntos relacionados ao Aeroporto Brigadeiro Cabral.

Socicam

A Prefeitura ainda tenta um acordo com a empresa responsável pela manutenção do aeroporto para a continuidade das atividades. Porém, caso não se viabilize, os voos comerciais podem ser suspensos.