Amanda Quintiliano
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Divinópolis, Edmilson Andrade (PT) encaminhou ofício à Secretaria Municipal de Saúde pedindo explicações sobre a suspeita de falta de oxigênio, o que teria motivado a morte de dois pacientes no dia 20 de agosto na Unidade de Pronto Atendimento (UPA – 24 horas). O documento foi encaminhado na quinta-feira (04) passada, mas só nesta terça (09) se tornou público.
A confirmação do enviou foi dada durante um desabafo do vereador. Alvo de críticas nas últimas semanas, ele disse que a Comissão de Saúde não “é conivente com os problemas enfrentados na área”. Afirmou ainda que precisa ser acionado para agir e que mesmo assim toma medidas por conta própria.
“Muitas vezes nem denúncias chegam. Eu fico antenado na mídia para detectar o anseio da comunidade e faço por conta própria pedidos de esclarecimentos […] Faço tudo documentado. Eu não posso sair fazendo audiências públicas. Preciso de denúncias de fatos, se para cada “eu ouvir dizer” eu pedir uma audiência os 365 dias não darão”, desabafou.
Audiência
O assunto também será debatido em audiência pública no dia 20 de outubro. A reunião foi solicitada pelo delegado do Conselho Regional de Medicina (CRM), Jorge Tarabal e pelo diretor do Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram) e médico da UPA, Alberto Gigante. No ofício, eles pediram que fossem convidados vários representantes de órgãos relacionados a área.
Serão convidados desde o prefeito Vladimir Azevedo (PSDB), aos representantes de unidades de saúde, promotores e juízes. A proposta é a apresentação de um balanço dos cinco meses de implantação do SIM – Saúde e também debater os gargalos enfrentados. No documento de solicitação nenhum dos dois apresentaram denúncias.
Denúncias
O delegado do CRM foi o responsável em protocolar no Ministério Público, na semana passada, a denúncia das duas mortes que ocorreram na UPA. O fato teria chegado a conhecimento dele após um médico plantonista relatar. A promotoria instaurou um procedimento para averiguar os fatos.
O município negou que tenha faltado oxigênio e disse que os pacientes estavam em estado grave, com risco de morte. Uma senhora de 81 anos estava com infecção grave de urina e um andarilho com o abdômen infeccionado.