Dr. Sérgio diz que a preocupação é em manter o HSJD funcionando (Foto: Amanda Quintiliano)

Dr. Sérgio afirma que o foco é em manter o HSJD funcionando (Foto: Amanda Quintiliano)

“A prisão do ex-provedor da Santa Casa de Formiga, Geraldo Couto não interfere em Divinópolis”. A afirmação partiu dos promotores Sérgio Gildin e Ubiratan Domingues. Em entrevista ao PORTAL, nesta segunda-feira (02), eles disseram que desde dezembro do ano passado o médico não atua nem na Unidade de Pronto Atendimento (UPA – 24 horas) e nem no Hospital São João Deus (HSJD).

A prisão do médico causou reboliço na cidade. O receio é de que Couto, investigado por sonegação fiscal, peculato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, tenha cometido irregularidades também em Divinópolis. Os promotores afirmaram que não há nenhuma denúncia e nem suspeita de atos ilícitos cometidos pelo ex-assessor do HSJD e gestor da UPA.

Geraldo Couto foi indicado como assessor do hospital pelo então secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge quando a Fundação Geraldo Corrêa assinou o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público (MP). A ideia era ter alguém do governo estadual acompanhando a atuação da promotoria. Para isso, ele foi contratado pela Dictum. De acordo com Gildin, ele era de “confiança” do ex-secretário.

“Assim desempenhou o papel dele, durante o tempo em que esteve aqui, com absoluto profissionalismo. Não existe por parte de nenhum popular, de nenhum vereador, ou de quem quer que seja, denuncia de prática de ato ilícito relativo a conduta do Dr. Geraldo Couto aqui em Divinópolis. Seja crime, contravenção ou indício civil”, afirmou Gildin.

O que houve, segundo o promotor, “foram fortes embates –  na figura do Dr. Geraldo – com alguns profissionais médicos, enfermeiros, políticos”.

“Mas, sempre houve o entendimento que ele estava desempenhando o papel para o qual ele foi contratado”.

Afastamento

Geraldo Couto está na penitenciária desde quarta (Foto: NI/Últimas Notícias)

Geraldo Couto está na penitenciária desde quarta (Foto: NI/Últimas Notícias)

As suspeitas de irregularidades vieram à tona em dezembro do ano passado, quando o juiz, Ramon Moreira nomeou uma comissão interventora e afastou Couto e a Mesa Administrativa da gestão da Santa Casa de Formiga. A intervenção ocorreu a pedido do Ministério Público da própria cidade. A partir disso, o médico também se afastou das unidades de Divinópolis.

“A partir do momento que houve o problema do Geraldo Couto, lá em Formiga, cujo o conteúdo nós desconhecemos – isso faz parte de outra comarca, o que por questão legal compete a outro promotor de justiça –  julgamos conveniente que em virtude deste fato, que não tem nada a ver com Divinópolis, mas em virtude das acusações que pesavam contra ele lá, achamos melhor afasta-lo. A Dictum achou a mesma coisa e solicitou o afastamento dele”, conta Gildin.

Questionado se na época da contratação de Couto pela Dictum houve alguma investigação sobre a idoneidade dele, o promotor disse que desconhecia, até dezembro passado, qualquer acusação contra ele.

“Quando o Dr. Geraldo foi contratado para ser assessor houve essa indicação, isso foi tratado em reunião com o Estado, com a Prefeitura, com o MP, com representantes da Ordem Hospitaleira, ninguém levantou qualquer fato que pudesse desabonar o Dr. Geraldo naquele momento”.

“As questões do Dr. Geraldo serão resolvidas por ele e pelas autoridades que estão à frente do caso. A minha preocupação, enquanto curador das fundações, é com o Hospital São João de Deus. O Hospital que estaria fechado em dezembro, segundo o antigo gestor, continua aberto”, concluiu.

promotor Ubiratan Domingues Divinópolis

Promotor disse que a preocupação é com o devido funcionamento da UPA (Foto: Arquivo/PCO)

UPA

O promotor, Ubiratan Domingues disse também não ter conhecimento de nenhuma influência na UPA, devido ao afastamento do ex-provedor da Santa Casa – responsável pela gestão da unidade.

“Nosso olhar aqui é em relação ao funcionamento adequado da UPA. A UPA é gerida pela Santa Casa, isso indiferente de quem esteja a frente de sua gestão. Nós temos que tomar cuidado para saber se o contrato está sendo cumprido, se a assistência está sendo bem feita, se a população está sendo atendida”, ponderou e completou:

“Até o momento não temos nenhum conhecimento de falha causada por isso. O que há são problemas causados pela ausência hospitalar, esse sim é um grave problema. Você tem uma UPA lotada por que não tem vaga na rede hospitalar”, disse.

O ex-gestor da UPA e assessor do HSJD continua preso (até o fechamento desta matéria 17h20) na penitenciária de Formiga. Ele foi detido na última quarta-feira (29) por descumprir decisão judicial.