A crise política instalada em Brasília repercutiu entre os deputados de Divinópolis. Domingos Sávio (PSDB) e Fabiano Tolentino (PPS) usaram as redes sociais para criticar o governo, principalmente a nomeação do ex-presidente Lula para o cargo de Ministro de Estado Chefe da Casa Civil. Os dois fazem coro ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
A criação da comissão especial do impeachment foi aprovada por 433 votos a favor e um contra pela Câmara dos Deputados. A votação foi feita um dia depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o rito do impeachment.
Entre os 65 membros titulares da comissão, PT e PMDB são os partidos que têm o maior número de integrantes: oito. Logo atrás vem o PSDB, principal partido de oposição, com seis integrantes.
“O PSDB quer é que a gente inicie de fato o processo de impeachment. A comissão é importante? É. Mas ela não é absolutamente decisiva. Quem decide, e é assim que prevê a constituição, é o plenário. Portanto, a comissão que encaminhará terá que fazê-lo a luz da constituição e o plenário que decidirá se vota a favor ou não”, comentou o deputado federal, Domingos Sávio.
“Precisamos é que o impeachment ocorra. O país não suporta mais. O prejuízo que hoje já chega a cada cidadão, uma crise que não é só política, é econômica, social, moral traz um desastre para o país. Então acreditamos que o impeachment é a solução pois há fundamentos jurídicos, fortes e robustos para isso”, completou e rebateu as afirmações que a oposição está liderando um golpe.
“Golpe é você não enxergar o obvio, que estão ocorrendo crimes contra o interesse do país”.
Corrupção
Apesar do processo de impeachment ser restrito ao Congresso Nacional, o deputado estadual Fabiano Tolentino tem repercutido a posição dele nas redes sociais. Em uma postagem feita nesta quarta-feira (16) ele afirmou que a presidente “subiu no telhado” ao nomear Lula ministro.
“Este Governo acabou, chegou a hora de tirarmos a corrupção da história do Brasil, seja do PT, PSDB, PP, PMDB, ou qualquer outra sigla, vamos varrer o país. A população já está na rua”, postou.
Ao PORTAL, Tolentino afirmou haver mais conteúdo do que o necessário para legitimar o afastamento de Dilma.
“Os membros da comissão já foram escolhidos e a votação deve obedecer um tempo regimental de 45 dias. Estou acompanhando este processo e queremos que ela deixe o governo”, enfatizou, relembrando a nomeação de Lula.
“Acho que é uma afronta à população brasileira ele querer se esconder atrás de uma imunidade para responder em outro foro que é privilegiado”.
A Justiça Federal de Brasília determinou nesta quinta-feira (17) a suspensão do ato de nomeação. A decisão é provisória (liminar) e foi assinada pelo juiz da 4ª. Vara Federal Itagiba Catta Preta Neto, que entendeu que há suspeita de cometimento do crime de responsabilidade por parte de Dilma .
Seriedade
O deputado federal Jaime Martins defendeu independência, serenidade e equilíbrio na condução dos trabalhos da comissão.
“E, acima de tudo, respeito ao que prevê e determina nossa Constituição. Por 433 votos a 1, entre eles, o meu sim, ou seja, pela abertura do processo, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem [17] a lista com as indicações dos líderes partidários para a composição da comissão especial do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Entendo que é preciso que se investigue todas as denúncias de corrupção em nosso país, seja PT, PSDB, PMDB, PSD, independente de partido ou ideologia. E será nessa comissão especial eleita ontem que teremos a oportunidade de se ouvir todos os lados, o contraditório, a oposição, a defesa no caso do Governo Federal. É um momento importante para o país e observamos o protagonismo das manifestações realizadas. O importante a todos nós, ocupantes de cargos públicos, é atender ao chamado e garantir que as ruas sejam ouvidas. Tendo a Constituição como norte, é preciso agir com transparência, democracia e sabedoria.”
Matéria atualizada às 09h38, desta sexta-feira (18), para acrescentar a posição do deputado federal, Jaime Martins.