Marcelo Lopes
Mais uma oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) sobre o cumprimento das responsabilidades legais no município de Divinópolis foi realizada nesta quarta-feira (13).
Em reunião que se iniciou com aproximadamente 30 minutos de atraso do horário marcado (14h), foram ouvidos pela comissão representantes da atual administração do município: a auxiliar administrativa da procuradoria, Flávia Mourão e o procurador geral, Wendel Santos de Oliveira, onde foram questionados a respeito de assuntos como participações em administrações passadas, contratação de serviços, o abastecimento prestado pela concessionária de água e esgoto, repasse de valores, os aguapés presentes nos rios da cidade, obras das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e informações do depoimento dado pelo ex-prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) na última segunda-feira (11).
Segundo o presidente da comissão Sargento Elton (PEN), a entrega de alguns ofícios da CPI estão em atraso.
“No início de outubro nós já pedimos, pelo prazo regimental que é de 15 dias e até hoje não fomos contemplados por nenhum documento. Isso está atrapalhando as investigações e contempla a falta de organização da Prefeitura. Por isso pedi aqui no início do nosso mandato uma auditoria, porque tem muita coisa obscura”, argumenta o vereador.
Em resposta, Wendel disse está buscando do setor responsável o motivo do atraso dos documentos e que os eles estão sendo providenciados.
“Outra coisa grave, não teve licitação. Isso é motivo quebra de contrato com a empresa. Não é possível que nos dias atuais, com a lei de responsabilidade fiscal, não tenha uma licitação para prestação de serviços. Será tudo apontado no relatório oficial da CPI. No mais tardar no final de janeiro estaremos apresentando”, completa Elton sobre a renovação de contrato dos serviços da Copasa com a Prefeitura.
De acordo com o presidente da comissão, mais nomes que estavam alocados na administração passada serão chamados para futuros depoimentos. Desde 2014, a Copasa não possui licença ambiental para tratamento de água e esgoto.
“Só depois que começou a CPI que a empresa começou a fazer obra no Candelária […] quer dizer, eles estão com medo, né? Nós estamos investigando a fundo e vamos até o final. Custe o que custar, mas a justiça será feita para o município de Divinópolis com esse contrato, que foi muito benevolente com a empresa. Com a cidade, negativo”, enfatiza.
O atual prefeito Galileu Machado (PMDB) era esperado para depor nesta oitiva, mas não compareceu. Segundo os representantes, a ausência foi devido a problemas de saúde e que em respeito a comissão, estava ciente do convite para o depoimento e está disposto a contribuir com informações para o andamento das investigações. Até o momento, nenhuma justificativa oficial foi divulgada.
Na próxima sexta (15), será a vez do superintendente da Copasa na região centro oeste, João Martins, prestar depoimento às 13 horas. A reunião acontecerá no plenário Zózimo Ramos Couto, situado na Câmara Municipal na Rua São Paulo, 277, Centro.