Em Divinópolis, uma professora foi agredida por um aluno diagnosticado com TDAH e TOD
Na tarde dessa quarta-feira (03/04), a Polícia Militar registrou um caso de agressão contra uma professora na Escola Estadual Antônio da Costa Pereira, em Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas. De acordo com o boletim de ocorrência emitido pela Polícia Militar, a professora Edilene Nogueira Rodrigues de 45 anos foi agredida por um aluno de 11 anos, durante o horário de aula.
Detalhes do caso
De acordo com o boletim que a reportagem do PORTAL GERAIS teve acesso, a vítima relatou que o fato teve início quando uma aluna acidentalmente esbarrou na mesa do aluno. Isso, então, o deixou visivelmente irritado.
Em seguida, ao se dirigir para a quadra, a professora notou que o aluno começou a perseguir a colega de sala. Assim, interveio para evitar a agressão. Foi então que o aluno foi pra cima da professora, mordendo-a e causando lesões em seus braços e antebraço esquerdo.
Aluno encaminhado ao Centro Especializado em saúde mental
Ainda segundo o boletim da PM, a vítima informou que buscou assistência médica para os ferimentos. O SAMU esteve no local e conduziu o aluno para o Centro Especializado em Saúde Mental (CERSAM), indicando um possível surto psicótico.
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Informações da mãe do aluno
Segundo as informações, a mãe do aluno, declarou que o filho possui diagnósticos de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Opositor Desafiante (TOD), e que enfrentou dificuldades para garantir o acompanhamento necessário na rede estadual de ensino, referente a decisões judiciais favoráveis obtidas anteriormente na rede municipal. A família do estudante já busca orientação legal para tratar do caso.
A Polícia Militar registrou a ocorrência e salientou que, apesar da ausência dos militares no local no momento do fato, que adotará as providências legais cabíveis.
Nota de esclarecimento Sind-UTE Divinópolis
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE-MG) acompanha o caso. De acordo com a diretora da Subsede do Sind-UTE Divinópolis – Maria Catarina Vale representantes da escola, do Centro de Referência de Educação Infantil (CRER) e do Núcleo de Atendimento Educacional (NEA) estão em reunião na tarde de hoje para tratar sobre o assunto.
O sindicato aguarda a conclusão para saber quais medidas serão tomadas e, a partir daí, definir o rumo da atuação interna.
Maria Catarina lamentou o caso e lembrou que, diariamente, há vários como este em instituições de ensino pelo Estado.
“Enquanto sindicato, podemos dizer que estamos permanentemente, cotidianamente, tendo notícias de várias agressões em escola. Estamos falando de um caso de um aluno com laudo de TDHA e TDO e sem professor de apoio, sem uma estrutura de apoio na escola”, afirmou.
“É aquilo que o sindicato vem batendo: que tipo de inclusão é essa? Claro que temos e queremos dar apoio a todas as crianças, mas quando diz que a escola é inclusiva ela precisa de médico, psicólogo, acompanhamento. A maioria são pessoas de classe não favorecida que não tem como manter um tratamento”, completou.
A diretora do SindUTE-MG informou que no dia 11 de abril haverá uma paralisação. O ato, conforme Maria Catarina, vai além da reivindicação salarial, mas também por mais segurança e condições dignas de trabalho.
A reportagem do PORTAL GERAIS entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação e aguarda retorno. Nossa equipe também tentou falar com a professora, contudo, as ligações não foram atendidas.