Poliany Mota
A constante renovação dos mecanismos de serviços e a crescente oferta de novos produtos, todos os dias no mercado, fez com que algumas profissões da época de nossos avôs desaparecessem. Entretanto, muitas resistem até hoje e mostram que possuem uma clientela fiel, como é o caso do antigo ofício de consertar sapatos.
Luís Antônio Sousa trabalha como sapateiro há 40 anos. Aos 55, ele conta que começou a atividade aos 15 anos e nunca pensou em trocar. Luís também fala que nada se modificou em sua profissão nos últimos anos. “Eu sempre trabalhei com sapatos e vou continuar trabalhando. Desde que comecei é a mesma coisa, não mudou nada. As pessoas sempre procuram o sapateiro, em todos esses anos nunca diminuiu o movimento. A única coisa que mudou é que parei de fazer calçados há dez anos, agora apenas conserto”.
Muitas profissões foram escolhidas por causa dos pais. Marilete Santos Ferreira, de 39 anos, cresceu vendo a mãe
administrar um brechó por mais de 30 anos. Hoje ela mantém seu próprio brechó. “Foi através da minha mãe que comecei a gostar. Eu vivi isso durante muito tempo. A minha mãe trabalhou a vida inteira com isso, só parou porque se aposentou”.
No caso do senhor Pedro José Fernandes, de 70 anos, ele conta que aprendeu o ofício de barbeiro com o irmão. “Eu ia levar comida para ele e ficava por lá, aprendi na marra”. Barbeiro há 54 anos, ele revela que tem clientes fies, que o acompanham há 50 anos. “Tem muita gente que frequenta minha barbearia há muitos anos, alguns me acompanham desde o começo”. Apesar do tempo de serviço, Pedro diz que gosta do que faz e não se vê parando por agora.
Apesar de não trabalharem em espaços modernos, os serviços continuam em alta. Mesmo com toda a novidade da moda, Marilete recebe diariamente uma grande quantidade de clientes. Nas araras ela exibe roupas de todos os estilos. “Muitas pessoas vêm aqui à procura de peças para montar personagens de teatro”, explicou.