(Foto: Divulgação/UEMG)

Diego Henrique 

A iniciativa de preservar e divulgar o patrimônio documental da sétima vila do ouro, Pitangui, está entre as iniciativas finalistas que concorrem ao Prêmio Rodrigues Melo Franco de Andrade que é a maior premiação com vistas à promoção e preservação do Patrimônio Cultural de todo o país. Entre os 220 projetos inscritos neste ano, 60 propostas de 22 estados brasileiros e Distrito Federal serão analisados pela Comissão Nacional de Avaliação.

A ação realizada no Arquivo Histórico de Pitangui pela Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) de Divinópolis foi desenvolvida pelos professores e alunos integrantes do Centro de Memória Batistina Corgozinho e pelos membros voluntários da comunidade. As atividades começaram entre 2004 e 2005, ocasião em que um convênio foi firmado entre a prefeitura da cidade, a Uemg e o Instituto Histórico de Pitangui.

(Foto: Divulgação/UEMG)

(Foto: Divulgação/UEMG)

Nesses anos, foi feita uma avaliação da documentação que compunha o arquivo histórico. Os documentos foram acondicionados em novo espaço físico e, desde então, estão recebendo um tratamento que envolve limpeza, acondicionamento, organização e descrição da documentação. De lá até hoje, o arquivo contou com o cuidado e organização de professores e alunos bolsistas e voluntários do curso de história.

Curiosidades

O historiador Charles Aquino, que participou do projeto, relembra que no ano passado Pitangui comemorou 300 anos de fundação e entre as centenas de documentos do arquivo, existe um mais antigo do que a própria fundação da cidade.

(Foto: Divulgação/UEMG)

(Foto: Divulgação/UEMG)

“Pitangui surgiu no fim do século XVII e foi elevada a vila em 1715, ou seja, este documento prova que, Pitangui já tinha um cartório que funcionava antes mesmo de ser reconhecida como Vila,” relembra o historiador.

Outros documentos que chamaram a atenção dos integrantes do projeto são ações sumárias onde as pessoas penhoravam as suas almas.

“As pessoas iam até as vendas, compravam as mercadorias e firmavam um acordo verbal para o pagamento. Quando o cliente não cumpria com sua palavra, ele era intimado a comparecer perante o juiz e jurar pela própria alma. Claro, todas falavam a verdade porque ninguém queria perder a sua alma”, contou Charles Aquino

Final

A etapa final será nos dias 27 e 28 de julho, quando a Comissão Nacional se reunirá na sede do Iphan, em Brasília (DF), para definir os oito vencedores que serão contemplados com R$ 30 mil. O dinheiro será dado como estímulo e forma de reconhecimento às iniciativas de preservação, salvaguarda e gestão compartilhada do Patrimônio Cultural. 

“Pitangui é a mãe de todos os municípios da região Centro-Oeste e estarmos entre os finalistas, nos permite divulgar o arquivo que contém parte da história da sétima cidade de Minas Gerais. Estamos na torcida para que o nosso projeto seja um dos vencedores. O prêmio em dinheiro será doado para a reestruturação do local onde o arquivo está guardado,” disse o historiador.