Oficina de Rima tem como objetivo despertar a criatividade de jovens, utilizando a poesia como ferramenta de transformação social
Marcelo Lopes
Uma poesia liberta, dos sentimentos, momentos e vice-versa, mas acima de tudo, se expressa, a fim de uma mente mais aberta. Em Divinópolis, há um projeto social, chamado Oficina de Rima. A iniciativa tem o objetivo de despertar a criatividade de jovens, utilizando a poesia como ferramenta de transformação social.
O projeto
A proposta se iniciou no ano passado com um direcionamento, mas com o interesse de mais pessoas, o trajeto se englobou em uma expansão.
“A oficina começou em julho de 2017. Foi uma iniciativa da presidente, Karen Pereira com mais algumas meninas e eu, porque a proposta inicial do projeto era que fosse um grupo de estudos, voltados para as mulheres da cidades, pois presenciávamos as batalhas de MCs, quase não víamos mulheres participando e sempre nos questionamos o porquê de não ter representatividade feminina na cena e Divinópolis é uma cidade que tem mulheres da poesia e do hip hop. Então começamos a fazer os encontros entre mulheres, só que algumas outras pessoas, rapazes, ficaram sabendo e despertaram o interesse em participar também”, disse a vice presidente da Oficina de Rima, Ruth Flôres.
Com isso, o projeto se expandiu para que fosse misto e desde então, a proposta partiu para a idéia de acolher o maior número possível de pessoas, principalmente os jovens.
“Isso é para a possibilidade de um certo resgate de membros, tanto do tempo ocioso, como de algumas pessoas que eram envolvidas no meio do tráfico e então temos um misto de pessoas que passaram (algumas não estão mais, outras estão), que antes eram envolvidas com o mundo do tráfico e agora não são mais e então temos esta questão de responsabilidade social”, explicou.
Atividades
Projeto Oficina de Rima foi criado em 2017 – Foto: Ruth Flôres/Oficina de Rima
De acordo com Ruth, os encontros começaram a acontecer no espaço Zero Bala, uma ONG cultural, localizada entre as avenidas Primeiro de Junho e Getúlio Vargas, no centro da cidade. No local, são realizadas atividades para a reflexão dos problemas da sociedade.
“Nessa casa, a proposta é fazer um centro de cultura com atividades diárias, como aulas de autodefesa, de inglês, gratuitas e outras também. Lá tem um estúdio de gravação, que é de um parceiro da Oficina. Começamos a nos reunir lá, tendo uma rotatividade de membros. Às vezes, tínhamos 20 pessoas, outras, tinhamos 2, mas o processo se manteve. Vendo o quanto estava se desenvolvendo, o pessoal começou a aperfeiçoar a técnica na rima,a produção de músicas próprias, pois agora o pessoal faz, lança, inclusive eu, a Karen e a Leandra Elói somos as pioneiras a lançar um som pela ODR e começamos a levar mais atividades, pois a Oficina acontece com exercícios voltados para o estudo de rimas, métrica, música, às vezes exibimos documentários, de cunho social, muito voltado para a questão da raça e depois temos um debate e em cima dele, fazemos uma construção de poesias coletivas ou de rimas improvisadas ou não, cada um faz a própria produção. Enfim, temos uma variedade de exercícios, que com a dinâmica da turma, com a quantidade de membros vemos o que dá para ser feito. Geralmente temos um controle pré estabelecido, mas desenvolvemos com o decorrer de pessoas que vão no dia”, explicou.
Encontros
As atividades são realizadas todas as segundas, das 20h às 22h, no espaço Zero Bala. Os interessados podem saber mais sobre o projeto nas redes sociais, como Facebook, Instagram e também no YouTube, onde há um documentário que conta um pouco da história desta iniciativa.
“Estamos sempre abertos para receber. Temos a ficha de visitantes que foi normalizada. Aí algum visitante que for pela primeira vez, preenche uma ficha, quem quiser se tornar membro preenche uma outra ficha, para termos este controle. A proposta é que a gente cresça para o final de semana, mas isso ainda é uma ideia para estarmos trabalhando”, finalizou Ruth Flôres.