Rodrigo Dias

Promete dizer somente a verdade e nada mais do que ela? Promete ser fiel na alegria ou na tristeza? Promete amar a Deus sobre todas as coisas? A vida da gente é assim: cheia de promessas.

Desde pequeno se aprende a conviver com elas. Promessas são acordos que fazemos a nós ou aos outros. É compromisso que se firma e as promessas têm um quê de seriedade.

Promessas prendem. Nos ligam a algo ou a alguém. Mas elas representam, também, uma fragilidade do homem. Mesmo sendo desnecessárias, pelas circunstancias de um dado momento, as fazemos mesmo assim. Promete ser fiel? Ora, se casou e sacramentou esta união é claro que sim, não necessita prometer ser fiel. Esta condição está intrínseca ao ato.

Promessa é algo sério, mas que se faz por qualquer coisa a todo momento. Promessa que perde o sentido e que se transforma em mera força de expressão. Quer conferir compromisso, mas sem o ser de fato. Promessa vazia.

Há as promessas protocolares. Elas são igualmente repetidas em cerimônias e ocasiões diversas. São interessantes que ocorram, mas possuem pouco valor prático.

O povo antigo defendia que as coisas eram entendidas no “fio do bigode”. O acordado era certo de ser cumprido. Não tem esta coisa de palavra que volte atrás ou que não se cumpre.

Talvez seja isto: retirar as promessas da política, por exemplo, e no seu lugar por a seriedade. Quem tem compromisso e trabalha pelas coisas, logo não tem que prometer. Sabe-se que deste indivíduo pode se esperar o melhor.

Bem diferente daquele que se prende às promessas. Fala, fala e nada. Pouca coisa se edifica. Tudo permanece belo no campo do imaginário e só. Este indivíduo prometerá que continuará se empenhando. É o melhor que consegue fazer.

Quer saber se uma promessa será cumprida? Conheça aquele que promete. Saiba se a pessoa tem condições de sustentar o prometido ou se trata de mais um engodo.

Em períodos difíceis, sempre há aqueles que estão aí prometendo muito. Pronunciar é fácil, o complicado é executar. Por em prática. Tem pessoas que contribuiriam mais se ficassem caladas.

Promessa é um instrumento de que se saca raras vezes, e que seja para algo realmente relevante. Nas outras ocasiões não se estará cumprindo mais do que a obrigação.

Ela, a obrigação, não precisa de formalidades ou juramentos para se fazer valer. Necessita só de ser cumprida. Tão óbvio quanto é simples.