Quem já não esperava ver o empresário Jorge Torquato (PSOL) nas eleições desde ano teve uma surpresa. O PSOL homologou o nome dele como candidato a prefeito de Divinópolis após uma votação tumultuada. Torquato venceu por poucos votos de diferença e terá como vice Mário Pereira, conhecido como Mário Pedreiro, também do PSOL.
O empresário e o partido irão desafiar a justiça. Isso porque ele foi condenado por irregularidades na prestação de contas em 2010, quando disputou o cargo de deputado federal.
Na época, a Central Pré-moldados – de propriedade do candidato – doou R$ 3 mil para a campanha dele. Entretanto, a empresa não possuía faturamento de acordo com o balanço apresentado. Como sócio da empresa ele foi condenado a pagar R$ 64 mil.
Em 2014, quando disputou o mesmo cargo (deputado federal) ele chegou a ser impugnado pelo Ministério Público Federal com base na Ficha Limpa. Mesmo assim, o empresário manteve-se na disputa e recorreu a cada decisão que o mantinha inelegível. A última dela saiu em outubro, após as eleições, mantendo a impugnação.
Prefeitura
Mário e Torquato formam a chapa do PSOL (Foto: Divulgação)
Torquato disse ter consciência dos riscos de ter a candidatura a prefeito também impugnada. Entretanto, afirmou que usará todas as brechas e ferramentas possíveis para se manter na disputa.
“Na pior das hipóteses quem vai me impedir é o Ministério Público e a Justiça Eleitoral. Mesmo que isso ocorra eu posso recorrer. Já estou com todos os documentos prontos para registrar a candidatura”, afirmou, acrescentando que a candidatura dele não é para vencer, mas para se mostrar presente e defender uma ideologia.
Impasses
A candidatura de Torquato não foi uma unanimidade. Foram duas votações na convenção desta quarta-feira (03). Na primeira, quatro nomes foram colocados à disposição do PSOL: Arthur Dentista, Mário Pereira, Torquato e Rogério. Os três primeiros tiveram, cada um, cinco votos. Já na segunda, Mário uniu-se a Torquato e juntos tiveram 10 votos.
“Fui até convidado a compor chapa com o Torquato e em outra ocasião eu aceitaria e até abriria mão da minha candidatura se ele não tivesse esse problema na justiça”, declarou Arthur.
