A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu, na quinta-feira (13), no município de Oliveira, sete pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha especializada em explosão de caixas eletrônicos no Estado. O grupo, investigado há cerca de dez meses, seria responsável por aproximadamente 30 ataques com uso de explosivos contra instituições bancárias e postos de gasolina, causando prejuízo estimado em R$ 1,5 milhão.

Por meio da operação “4M”, a polícia prendeu os suspeitos, que utilizavam dois veículos roubados, quando deslocavam-se de Oliveira para o distrito de Morro dos Ferros, onde planejavam cometer furto contra uma agência bancária. Foram detidos César Santos da Silva, Rafael Dias da Silva, Rafael Rodrigues da Silva, Robson Nascimento da Silva, Douglas Carias Gouveia Silva, Renato Pereira da Cruz e Jeferson Luiz Gomes da Silva, todos originários dos municípios de Contagem e Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

As investigações apontaram como líder do grupo César, que tinha como aliado essencial Rafael, em razão de suas habilidades no manuseio dos artefatos explosivos. Cinco membros ligados à organização criminosa estão presos preventivamente, suspeitos de participarem de explosão contra agência bancária no município de Felixlândia, no dia 21 de agosto. Na ocasião, a Polícia Civil apreendeu quatro pistolas semiautomáticas calibres .45 e 9mm, duas espingardas calibre e uma submetralhadora calibre 9mm. Outros três integrantes da quadrilha estão presos no município de Coronel Murta, região Norte do Estado, desde o dia 11 de agosto, após explosão de agência bancária naquela cidade.

Organização

Conforme explicou o delegado responsável pelas investigações, João Prata, o grupo possuía modo de agir bastante específico. Após a escolha do alvo mais vulnerável, no dia da ação criminosa os suspeitos se reuniam e deslocavam-se em conjunto para o local do ataque, em horários variados, a depender da distância do alvo em relação à região metropolitana.

No município alvo, parte do bando é encarregada da “contenção” (segurança da ação), utilizando para tanto armas de fogo de grosso calibre para o enfrentamento da polícia, caso apareça. “Em alguns ataques parte do grupo fica posicionado próximo às companhias ou destacamento policial para impedir qualquer intervenção policial. Em seguida, disparam inúmeros tiros para o alto com o objetivo de intimidar a presença de testemunhas”, destacou o delegado.

Os criminosos planejam também a distribuição de inúmeros objetos metálicos, conhecidos como “miguelitos”, para furar pneus das viaturas policiais. Em um dos ataques, na cidade de São Joaquim de Bicas, o grupo inclusive disfarçou os objetos, introduzindo-os em laranjas, para depois espalhar pelas vias de fuga.

Geralmente, a quadrilha abandonavam os veículos roubados utilizados nos crimes e embarcavam em veículos regulares, que eram posicionados em locais estratégicos. De modo a evitar serem presos em barreiras policiais, os suspeitos se dirigiam à sítios localizados na zona rural do município ou se escondiam em matas fechadas. Para tanto, um membro da quadrilha retornava para Belo Horizonte em um veículo regular, voltando na tarde do mesmo dia da ação criminosa para resgatar os outros parceiros que tenham ficado escondidos em matas.

“Quando a explosão não é suficiente para abrir os caixas eletrônicos, os suspeitos arrombam a tesouraria da agência bancária e subtraem o cofre por inteiro. Por isso, carregavam sempre ferramentas apropriadas para esse tipo de arrombamento”, disse o delegado.

A operação foi batizada de “4M” como alusão ao modo de vida dos criminosos, que dizem valorizar “Música, Mulher, Maconha e Malote (adquirido dos crimes)”.